quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Roma II - re-upload (28/10/10)

Por problemas técnicos, tive que recolocar o vídeo de Roma. Algumas cenas sumiram, mas já arrumei e aqui está:


Minhas desculpas para Tati Bertucci, que comentou nosso vídeo no Youtube. Tati, seu comentário está guardado, ok?

Agora, vou aproveitar as últimas horas de 2010 com minha esposa, passear bastante e colher material pra postar no blog. Nossa... Colher material... Ficou parecendo exame de fezes.

Amamos vocês. Estamos bem!

Besos laboratoriais

Nando (e Mi, na sala, me esperando para ajudar a guardar as coisas. E sobre colocar "exame de fezes" no post, ela vai falar tanta merda pra mim... Rá!!)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Roma (28/10/10)

Ah, Roma... Essa viagem não dá para contar em palavras. Nem em fotos. O jeito foi filmar mesmo. Espero que vocês gostem da edição. Eu sugiro que vocês cliquem no vídeo para vê-lo na página do Youtube, porque ele fica maior, mais bacana. Ah, e liga o som bem alto!

Com vocês, Mi e nando visitam Roma.


Tomara que este filme seja o primeiro de uma série.

Estamos bem, amamos vocês.

Besos romanos

Nando (e Mi, quase chegando, e eu tendo que correr para lavar a louça antes dela chegar)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Saudade (26/12/10)

Em alguns dias postarei fotos e vídeos de Roma. É que acabei de baixar o programa de edição de vídeos, e quero caprichar para vocês. Enquanto isso, gostaria de compartilhar algo com vocês.

Quando estávamos andando pelo Palatino, perto do Colosseo, em Roma, vi meu tío. Levei um susto, pois não sabia que ele viria à Roma. Depois de me aproximar, percebi que não era ele. Até saquei uma foto para poder mostrar para minha família, e comparar a semelhança dos dois.

Sempre que vamos a um mercado de frutas e verduras, visualizo perfeitamente minha sogra escolhendo os tomates mais maduros e as folhas mais verdes. Enquanto isso, meu sogro admira as carnes vermelhas, chourizos, peças bizarras de animais, tudo isso na tienda ao lado.

Visitando o El Corte Inglés, paro e sigo com os olhos meus pais andando por entre as diversas araras. Meu pai na frente, andando apressado e depois voltando para emparelhar com minha mãe, que se detém a cada mostruário. Ele, claro, carregando várias sacolas, e pronto para subir mais alguns andares, onde ficam os eletrônicos.

Nas ruas e Ramblas, num fim de tarde, nos cansamos de ver Diego Moraes andando por entre outro mortais, sempre chiquérrimo com sua roupa da Desigual, cabelo solto e cachecol colorido. Dependendo do frio, decidimos tomar um café com tapas, e encontro, do lado oposto da mesa, o Ju e a Taïs, assoprando a taza, fazendo a fumaça atravessar a mesa e sumir, assim como a cena toda.

Eu citei alguns exemplos - reais -, mas isso acontece o tempo inteiro, com a sobrinhada, familiares, amigos. Vemos diariamente todos vocês, aqui, do nosso lado, vivendo com a gente. A saudade faz a gente ver quem a gente ama sempre ao nosso lado, e pode tanto piorar a situação como melhorar. Geralmente melhora.

Estamos bem, com saudades, e amamos vocês.

Besos saudosos

Nando (e Mi, teclando no msn e assistindo tv brasileira, para amenizar a saudade)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bate-perna (20/12/2010)

Estou cansado só de pensar no cansaço que foi nosso fim-de-semana. Em contrapartida, a felicidade foi igualmente gigantesca. O casal aqui, pela primeira vez, atuou como Guia Turístico - e, de quebra, Personal Training - da Fabiane, que tinha apenas 2 dias para conhecer Barcelona. Fizemos um roteiro que coubesse tanto no curto período de tempo quanto no desejo da nossa turista. E creio que deu certo.

No sábado acordamos lá pelas 8h, nos arrumamos e fomos ao hotel de Fabiane. Fica bem perto de casa, a caminhada foi gostosa e serviu para esquentar o frio que fazia. Chegamos 9h30, esperamos um pouco e lá estava nossa convidada, pronta e disposta. Saímos do hotel, pegamos o Passeig de Colom à direita, subimos La Rambla até o metro Drassanes. Seguimos pela L3 verde até o Passeig de Gràcia. Seguimos um corredor longo e claustrofóbico entre linha verde e amarela naquela estação, seguimos então pela linha amarela, L4, até El maresme, onde saltamos e encontramos o Diagonal Mar.

Havíamos falado maravilhas do Primark para a Fabi, e ela quis conferir. Foi a primeira tienda que visitamos, e lá ficamos por um bom tempo. Eu precisei sair um pouco, pois, apesar do frio, fazia um calor rio-de-janeirense dentro da loja. Depois retornei e encontrei com elas. Mi estava carregando uma sacolinha com um pack de 5 cuecas pretas tamanho L que eu havia escolhido (quem viu o post anterior viu que eu realmente preciso de cuecas...). Já a Fabi... Uma sacola grande, cheia e pesada. Ela aproveitou os preços minúsculos do local e levou várias pequenas coisas, acessórios, meias, esse tipo de produto, que não pesa no bolso, mas pesa na mão. Ela e mi resolveram fazer um rodízio. Cada uma levaria um pouco a sacola, para não pesar demais para apenas uma das partes. Eu fiquei quieto. Mandei meu lado mais cavalheiro calar a boca para ver quando que sobraria pro moçoilo aqui.

Fomos almoçar. Tantas opções, tantos sabores mediterrâneos e europeus, e onde fomos? Sim. McDonalds. Novamente, o preço e a praticidade da lanchonete pesaram na decisão. Mas tudo bem. Depois do descanço e com a energia redobrada, tocamos em frente. Fomos ao Ryan Ryan, uma loja de presentes super bacana, com itens hilários como tatuagem de torrada e neve em lata. Depois, fomos a uma loja de maquiagens e perfumes. Ok, hora d`eu pegar minha rinite e sair novamente. Andamos mais um bocado naquele shopping. E adivinha quem acabou carregando a sacolona do Primark? Adivinha? Sim, acertou. Moi.

Falamos das possibilidades de passeio para o restante do dia. A Fabi ouviu tudo pacientemente até que comentamos sobre a loja da Disney, em outro centro comercial, ali perto. Seus olhos brilharam, e ela disse É aí mesmo. E lá fomos nós de Tram. Descemos cerca de 3 pontos depois, e, da mesma forma como fizemos no primeiro centro, também não perdemos tempo e fomos para a loja da Disney. É um lugar mágico, com brinquedos exclusivos que, infelizmente, não existem no Brasil. E eu caí na besteira de falar isso para ela. Foram bonecos, caixa de bombom, e isso e aquilo... Lá vem a Fabi, saindo da loja, com outra sacolona cheia.

Paramos para tomar um café e decidimos voltar. Passaríamos em casa para ela conhecer o cafofo, e para nos arrumarmos para o compromisso que tínhamos, e sobre o qual falarei em breve. Novamente pegamos o Tram, passamos pelo Parc de la Ciutadella, subimos em direção ao Arc del Triomf e pegamos a Carrer del Comerç até aqui. Descansamos, conversamos, nos arrumamos e levamos a Fabi para o seu hotel. Antes, combinamos novo passeio no dia seguinte. Saímos, pegamos novamente o Drassanes, L3 verde até a Catalunya e seguimos, pela primeira vez, de trem, S1 até Muntaner. Descemos, nos perdemos, nos achamos e chegamos.

Eram 19h58 precisamente. O combinado era 20h00. Tocamos o interfone, a porta abriu, entramos, subimos pelo elevador, fomos à 4ª porta, casa da família Curty-Pitt. Não, não fomos visitar o Brad não. Meus empregadores, Pat e Andrew, fizeram um jantar delicioso para comemorarmos o natal. Afinal de contas, dia 20 eles viajariam e só voltariam em Janeiro. Não vou entrar em detalhes, mas vou marcar as principais cenas deste jantar maravilhoso.

Demos um presentinho de natal para o Leandro, que veio no meu colo, com todo o peso de seus 6 meses de idade, e, após me encarar por uns bons 15 segundos, encostou sua cabeça no meu ombro. Tomamos um vinho delicioso e brindamos. Conversamos. Nos sentamos à mesa após o Leandro ter sido posto para dormir. Conversamos. Tomamos um caldo bem quente, muitíssimo saboroso, preparado pela Pat. Conversamos. Em seguida, Andrew trouxe um prato tipicamente inglês, preparado pelo próprio. Fish and Chips. As batatas estavam saborosíssimas, e o peixe, coberto por uma camada crocante e cheirosa a base de cerveja, desmanchava na boca. Abrimos uma cava, bebemos, conversamos, contamos piadas, rimos. A Pat trouxe um prato com uma boa variedade de queijos, para acompanhar nossa cava. Depois, a sobremesa. um bolo de sorvete com recheio de frutas vermelhas. Perto das 23h, o leandro acordou. Era nossa deixa para irmos. Agradecemos o jantar e a noite. Ganhamos de presente um cartão de natal lindo - que me fez chorar um bocadinho quando li aqui em casa - e uma cava, que abriremos em momento oportuno. Voltamos para casa de metro. E tudo isso só no sábado.

Domingo, 9h da manhã, já aguardávamos a Fabi em seu hotel. Como eu lembrei, neste dia, de levar a máquina fotográfica, vou falar menos e mostrar mais. Tiramos várias fotos no parc Güell, e as melhores seguem.

Depois, seguimos caminhando até a Sagrada Família. Foi uma delícia ver a cara embasbacada da Fabi quando descemos a calle e demos de cara com o monumento. Almoçamos no McDonalds em frente - ah vá, é mesmo? - pegamos o metro, descemos na Catalunya, descemos La Rambla e fim. Claro, adentramos becos e ruelas que só nós, que já estamos aqui há quase 90 dias - nossa, quanta coisa... - conhecemos. Enviamos também um postal para cada família - e também chorei um pouquinho - e o domingo terminou.

Foi cansativo, verdade, mas estamos transbordando de alegria. Conhecemos melhor a Fabi - e sua irmã, pois tudo ela falava da irmã - e passeamos bastante. E jantamos com a família Curty-Pitt, três (duas e meia) pessoas incríveis, que certamente estarão ainda em muitos e muitos posts.

E ficaremos até a manhã do dia 23 de dezembro longe da internet. É que eu e a Mi estamos de malas prontas. Já já - 7h15 da manhã do dia 21 - voaremos para Roma. Vamos passear muito e muito e muito, e voltarei com toneladas de fotos, vídeos e experiências.

Fiquem bem, amamos vocês, se cuidem, e comportem-se!

Recadinho pra Bia: e aí, passou de ano???

Besos romanos

Nando (e Mi, treinando com minha sogrinha seu italiano. Pizza! Macarrone! Má quê!)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Propaganda (17/12/2010)

Eu sei que muitos de vocês acompanham o blog. Sei que muitos leem, se divertem, choram, esperneiam com nossas lambanças aqui. mas gostaria muito de ler comentários, sugestões, críticas, enfim, um feedback qualquer, para que nós possamos sempre melhorar a forma ou o jeito como noticiamos nossa vida. Mais posts? Menos posts? Posts mais curtos? Mais longos? Mais fotos? Menos vídeos? Precisamos saber a sua opinião, caro leitor. Comentar está fácil, não precisa fazer login. Pode comentar como "Anônimo" e apenas assinar a mensagem no final.

Para tentar aumentar o número de comentários, eu e Mi (na verdade, só eu) decidimos fazer um pequeno anúncio, para ver se arrecadamos mais seguidores e conseguimos, de alguma forma, um retorno maior. Porque a gente adora ler os comentários de vocês. E, é claro, também queremos notícias daqueles que, infelizmente, não podemos contatar diariamente. Eu deixei o anúncio mais "para baixo" do post para tentar criar um impacto inicial. Então, aí vai a "peça". Literalmente:




5




4




3




2




1




Gostaram? Não gostaram? Então podem espalhar por aí e, é claro, comentar a vontade! Tente! É rápido, fácil e indolor (na maioria das vezes...).

Besos esperançosos

Nando (e Mi, que não quer levantar neste frio de jeito nenhum!)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Encontro (16/12/2010)

Acabamos de voltar de um encontro delicioso. São 23h, está um frio de 5 graus com sensação de 3 e está rolando um caldinho aqui em casa, que está cheia. Eu e Mi vamos ficar no quarto, descansando.

Eram 19h quando a Mi ligou, dizendo que estava saindo do trabalho. Eu havia acabado de tomar banho (e lavar o banheiro - literalmente - pois esta é a minha semana de limpar o apê) e disse que já sairia de casa. Estava com meus tênis, meias de lã, calça jeans, camiseta, blusão de algodão, blusão de plush, casacão tipo parca, luvas e gorro de lã. Sim, eu parecia um sino, de tão gordo e sem movimento. Mas estava pronto para sair, e foi o que fiz.
Como estava com tempo até o local do encontro, fui caminhando calmamente pelas ruas decoradas de Barcelona. E, a pedidos (da Taïs), vou colocar um mapinha do percurso, para poder acompanhar a narração.
Saindo do nosso prédio, andei pela Comerç até a Princesa, subi a rua, atravessei a Laietana e segui até a Praça Jaume, continuei sempre reto - agora pela Ferran - até La Rambla, virei à esquerda em direção ao porto, novamente à esquerda no Passeig de Colom até o Hotel Duquesa de Cardona, onde encontrei a Mi. E lá aguardamos alguns minutos até conhecermos a Fabiane.

Fabiane é amiga da minha irmã, trabalham juntas na Jas de Campinas. Ela veio para Barcelona para arrumar a casa do novo escritório. Deve ficar uma semana, isto é, até domingo próximo. Nos vimos no saguão do hotel. Ela é uma pessoa simpaticíssima, agradabilíssima, e desde o primeiro Oi percebemos que gostaríamos tanto dela quanto da noite por vir. Eram 20h10.

Saímos do hotel, viramos à direita até La Rambla e, desta vez, avançamos mar adentro, até o Maremagnum. No caminho, muito papo, muita risada. Entrando no shopping, um caganer gigante nos recepcionou. Aqui, algumas fotos para comprovar as dimensões do dito cujo (e do dito cujo do dito cujo) e para registrar nosso encontro.
Apresentamos a Fabiane à Lefties (ponta de estoque da Zara) e Natura, duas de nossas lojas preferidas. Ela ficou encantada. Falamos muito do Primark, que é mais barata que a Lefties e oferece muito mais opções.

Resolvemos escolher um lugar para comer. Ao lado da Natura (não é a marca de cosméticos) havia um restaurante chamado Fresc Co, do tipo all you can eat (tudo o que você consegue comer). Preço fixo de 11€. Aqui? Aqui. Vale. Lá fomos nós. Escolhemos saladas, peixes, pizzas, macarrão, etc, etc. Entre pratos e bebidas (refrigerantes) conversamos mais e mais, rimos mais e mais, e pudemos conhecer um pouco mais da Fabiane. E tínhamos razão. Adoramos ela! Tanto que já combinamos um programa para o sábado.

Vamos levá-la ao... Há, não vou contar agora, né? Só no próximo post. Pra finalizar, mais uma foto registrando as meninas tirando foto. Quer foto mais "turista"?

Deixamos Fabiane no hotel e voltamos para casa, caminhando pelo Passeig de Colom, até a Laietana, a qual subimos até a Princesa, e dela para casa. Paramos num mercat, compramos bananas e maçã, continuamos até nosso apartamento. Abrimos a porta e vimos um monte de gente. Hola, Hola, ¿que tal?, Encantado, smack smack (aqui é igual o Rio, sempre dois beijinhos), Hola, Hola... Ufa! Chegamos ao nosso quarto. Vamos descansar. Amanhã será um dia de muito trabalho para os dois, e particularmente para mim, porque tenho que armar um roteiro bacana para o sábado. Pensei em ir primeiro à... Uhhh, quase que escapa!

E foi isso. Estamos bem, trabalhando muito, aproveitando cada momento, aprendendo e experimentando a vida. Certamente, somos outras pessoas. Melhores, espero. Mas estas pessoas diferentes continuam amando vocês.

Besos diferentes

Nando (e Mi, aproveitando seu computador para ver as notícias do JN. Não sei se é boa ideia... Acidente, morte, aumento de salário de parlamentares e presidente...)


sábado, 11 de dezembro de 2010

E a novela... (11/12/10)

Continuando a novela do meu NIE, que já se estende por muito tempo, tempo demais. Depois daquela terça-feira, quando quase entrei na Comisaria, encafifei. Resolvi que não iria abaixar a cabeça. Decidido, aproveitei o dia seguinte, quarta, feriado aqui em Barcelona. Aqui, tanto domingo quanto feriado, tudo fecha, tudo para, nada funciona. São dias para se ficar em casa, namorando, assistindo tv, falando com a família pelo msn, ou adiantando trabalho. Fizemos tudo isso.

Com a energia renovada, preparamos, na noite de quarta, o despertador. A ideia era levantar o mais cedo possível, andar até a Comisaria - para economizar na passagem do metro - e aguardar minha vez. Revisei os papéis, chequei a mochila. Tudo certo. Deitamos felizes, dormimos rapidamente, mas, para mim, o sono foi leve e turbulento. Acordei várias vezes durante a madrugada, pensando ter perdido a hora. Cheguei a sonhar comigo acordando e percebendo que perdi a hora. Dormia mais um pouco, levantava assustado, pensando que havia perdido a hora. Duas, três, três e meia da manhã. Finalmente consegui relaxar, após checar o alarme, que na verdade são 3, com intervalos de 5 minutos entre cada toque. Deitei. Dormi.

Acordei quando tudo ainda estava escuro. Mais uma vez acordei com medo de perder a hora, pensei. Chequei o celular. Dez da manhã. Perdi a hora.

Não iria nem me dar ao trabalho de tentar, no meio da manhã, uma vaga na fila. Preferi ficar em casa, trabalhando, enquanto a Mi "canguruzava". Entre um site e outro, repetia mantras que diziam, em resumo, que eu precisava, sem falta, acordar cedo no dia seguinte. Após o jantar, repeti todo o processo da noite anterior. A Mi tentava me deixar otimista. Eu, preocupado, enquanto refazia etapa por etapa da preparação, desde a checagem da papelada até a configuração do alarme, cantava meus mantras mentalmente. A noite, novamente, agitada, com os mesmos pesadelos, a mesma sensação. Até que algo estranho aconteceu. Eu levantei incomodado com alguma coisa. Um som. Estridente. Repetitivo. O alarme! Consegui! Não precisei sequer dos outros dois. Mais do que depressa, estava pronto. A Mi acordou com a barulheira que fiz enquanto tentava não fazer barulho algum. Ela me desejou boa sorte, nos beijamos e saí.

Estava escuro e frio. Apesar disso, não peguei pesado com as roupas que vestia, pois a caminhada de 40 minutos é pura subida, e andar esquenta muito. Cantarolando, segui até o Arco, virei na Trafalgar à esquerda, segui sempre em frente até a Urquinaona. De lá, avistei a Praça Catalunha, passei por ela e, um quarteirão depois, virei à direita na Balmes. Sobe, atravessa, anda, espera o sinal, acende um cigarro, anda, tira gorro, acende outro cigarro, põe o gorro, e cheguei. Eram exatamente 8h02 quando dobrei a esquina e encontrei minha grande amiga: a merda da fila gorda. Entrei na mesma exatamente (mais ou menos) no mesmo ponto onde, terça, comecei minha aventura. Mas, desta vez, os portões não haviam sido abertos. Portanto, minhas chances eram boas. As pessoas chegavam aos montes.

Uma senhora de cerca de 40 anos, para menos, chegou de carro por aquela rua. Ali mesmo, sobre a calçada, estacionou e desceu. Logo depois, desceram também uma outra moça e um menininho, com cerca de 3 anos, talvez. Ela, claro, chegou atrás de mim, perguntou se eu era o último. Eu disse sim. Ela, então, começou num papo animado com a amiga, enquanto o filho, que gracinha de menino, se debruçava no meio fio, tentando catarrar. A cada cusparada bem sucedida, a mãe o parabenizava, toda orgulhosa. Mahala, mahala uiê!, sei lá que língua era aquela. E depois, ela voltava pro papo. Quando o pirralho percebeu que a boca já estava seca, começou a se afastar, andando para trás, sem olhar, até encostar na perda de quem? Claro. Na minha. Eu pensei em dar uma joelhada na cabeça do guri, mas acredito que a prisão espanhola deva ser pior que aquela fila. Resolvi dar aquela chacoalhada de perna, sabe, quando você pisa numa pilha de "merlim", e sacode a perna pra se livrar do exceso? Foi o que fiz. E deu certo! Me livrei do moleque.

No instante seguinte, percebi que a fila começou a andar. E consegui avançar bastante. Eram 08h36. Após me certificar de que o pentelho havia sossegado, saquei meu celular e me concentrei no Sudoku. Alguns minutos depois, 08h53 para ser exato, levei um cutucão no ombro. Alguém me chamando. Virei já pronto praquela minha conversa, de balançar a cabeça dizendo Si, No, Mierda, ou talvez um No tiengo, até meu amigo invisível fazer uma chamada no celular. Rodei o corpo 180 graus e quem eu encontro? A Mi! A danada esperou eu sair, se arrumou e foi ao meu encontro, só pra me fazer companhia. Não é linda essa minha esposa? E ainda me levou um copo de Coca Zero. Linda demais, ela.

Começamos a conversar, ela me explicou todo o plano dela, eu lhe contei a história do catarro. E nada da fila andar. Ela decidiu ir comprar um café para ela. Aquela manhã estava realmente bem fria. Poucos segundo depois de ver a Mi sumindo na esquina, não é que a fila resolve andar? E andou bem, bem até demais. Fiquei com receio de entrar na Comisaria e não deixarem a Mi passar depois. Quando faltavam cerca de 15 pessoas na minha frente, a fila parou novamente. Ufa. Agora é esperar pela Mi e torcer para uma nova andada. E a Mi não chegava, e não chegava. Teve uma hora, inclusive, que um policial bravo e uma senhora bacana percorreram os primeiros 50, 60 metros de fila, verificando os papéis das pessoas, para possíveis desavisados ou furadores de fila - pessoas que seguram o lugar na fila para, mais tarde, trocar com colegas ou a família, o que causa a tal fila gorda. Por sorte, fui atendido pela senhora. mostrei os papéis, Vale, é aqui mesmo, ela disse. Fiquei aliviado, e mais ainda quando vi a Mi chegando. Momentos depois, a fila andou mais, e mais, e mais, e, exatamente 10h15, pegamos a senha A91 e entramos na Comisaria.

Quer dizer, exatamente 10h15, pegamos a senha A91 e entramos na garagem da Comisaria. Lá nos sentamos e aguardamos. Como já havia contado no post anterior, é a garagem da Comisaria, mesmo. Carros, motos e nós. Sem painel eletrônico, água, banheiro, nada. Depois que a sala improvisada encheu, o tal policial bravo apareceu, e explicou as regras. Ele havia entregado senhas que continham a letra A e B seguida de um número. Ele chamaria a letra e o número, a pessoa teria que se levantar, buscar outra senha com ele e se dirigir, agora sim, para a sala da Comisaria. E começou. A01. A02. A03. A04. Quando ele falou A05, até a pessoa com a senha A60 já estava de pé lá na frente. Ele, com cara de merda, parou de contar e mandou todo mundo voltar para o lugar. Me senti na escola novamente. O pessoal foi voltando, até que ele retomou a chamada. E parou no A25.

Ficamos lá conversando, lendo jornal, comentando sobre as pessoas que lá estavam, enfim, passando o tempo, que não passava. De repente, mais pessoas começaram a chegar. Era um bom presságio. Lá veio o policial bravo de novo, e retomou do A26. A27. A28. Eu imaginei que, desta vez, ele chamaria até o A50, e assim por diante. A49. A50. A51. Opa, que maravilha! Será que chega no nosso número? A76. A77. A78. Vai meu filho, falta pouco. Quando chamar o A89, levantamos, disse para a Mi. A85. A86. A Mi levantou. A87. Fomos para o corredor oposto, onde, no final, estava o policial. A88. Diminui a marcha para não provocá-lo. A89. Falta pouco. A90. Já estávamos na frente dele. A91. Quis gritar bingo, mas achei melhor entregar nossa senha e aceitar a nova silenciosamnte. Número 212. Eram 10h50.

Andamos em direção ao prédio da Comisaria, calmamente, comemorando mais uma etapa vencida. E agora? O que nos aguarda? No caminho entre a garagem e o prédio, falei pra Mi, Mi, olha o batman! Era uma freirinha, baixinha, que mereceu um Óóó da Mi. Voltaremos a falar dela em breve.

Chegamos por um corredor que terminava numa sala de tamanho médio. Várias cadeiras pretas, 12 mesas de atendimento, um painel eletrônico que marcava 112. Minha senha era 212. Apenas 100 números nos separam do atendimento, que, por si só, ainda era nova dúvida. Nos sentamos e esperamos. Fizemos planos de viagens, falamos (eu falei) mal das outras pessoas, tiramos sarro (eu tirei) das outras pessoas, jogamos (eu joguei) Sudoku, e sempre de olho no painel eletrônico. A certa altura do campeonato, fiz algumas contas e previ que seríamos atendidos tal hora. A Mi fez a sugestão dela. Não apostamos nada porque a grana é curta. E o painel piscando. O atendimento era até que rápido. Eu controlava o score. Faltam 80. Faltam 70, 60. Nãnão, contei errado, faltam 50.

Eu sei que é chato, mas eu realmente estava ansioso. Veja bem, meu visto de turista vale por 3 meses, e este período termina no dia 28 de dezembro. Então, essa contagem regressiva, para mim, era decisiva mesmo.

A sala esvaziava rapidamente, e, de repente, uma multidão chegava e lotava o local de novo. Na última entrada em massa que vimos, quem eu vejo se aproximar de mim? Sim. A freira. Eu falei Mi, quer apostar quanto que ela vai se sentar do meu lado? Dito e feito. Tá vendo, Nando, é um sinal, ela vai te converter!, disse a Mi. Me converter eu não sei, mas ela já me deu uma chicotada com o terço de marfim que saiu até fumaça da carne, confessei. Quanto mais eu não rezo...

Quando o painel chamou o 212, fiquei aflito. Me deu um branco, não sabia onde era a mesa 1, que faria meu atendimento. No caminho, tentei me recompor e, ao sentar-me na cadeira, desembuchei a falar e fazer piadas. Ela perguntou o que eu gostaria de solicitar. Entreguei o papel que indicava o começo do meu processo. Ela pediu meu passaporte. Entreguei, e perguntei se precisava de fotocópia. Não precisava. Ela pediu o número do NIE da Mi. Entreguei a folha original. Perguntei se ela queria fotocópia. Ela disse que não, com um ar de chateação. Disse Olha, se quiser é só falar, porque eu trouxe fotocópia de tudo!, e finalmente ela sorriu. Claro que eu disse em castelhano, e não sei se ela riu da piada em si ou da minha cara. Mas. Entramos na sala do atendimento às 12h19. Exatamente 12h24, cruzamos o portão de saída da Comisaria.

Conseguimos!

Mas a novela ainda tem um capítulo final, mas tipo capítulo final de novela das sete, com casamentos e nascimentos, e não com solução de tramas e assassinatos, como em fim de novela das oito. A partir de 10 de janeiro de 2011, minha tarjeta estará pronta, em outra Comisaria. Devo retirar o documento a partir desta data, levando o canhoto do protocolo e a guia paga de 10€. E fim! Já aproveitamos o ensejo e pagamos a taxa. Com este canhoto, já posso ficar tranquilamente em Barcelona pelos próximos 5 anos. Ainda preciso andar com meu passaporte, mas as filas e chateações e burocracia referentes à esta documentação, aparentemente, acabaram.

Queria contar de como a cidade está bonita, toda enfeitada de Natal, ou Navidad, ou ainda Nadal. Mas vou deixar para o próximo post, com muitas fotos e vídeos. Enquanto isso, uma amostra do que vem por aí!

Estamos bem, amamos vocês. Está tudo indo bem!

Besos longos

Nando (e Mi, rindo ainda da história da freira)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Post bônus: Múltipla escolha (08/12/2010)

Como já havia dito, amanhã vou novamente tentar finalizar a - ou passar para o próximo capítulo da - novela do meu documento. Por conta disso, resolvi passar a máquina no cabelo e na barba. Emprestei a máquina do Henrique, gentilmente cedida por sua esposa Fernanda. Deixei carregar por cerca de meia hora. Esta máquina funciona apenas fora da energia, sem o cabo. Portanto, é preciso carregá-la bastante antes do serviço. Provavelmente muito mais que meia hora. Enfim.

Após forrar toda a pia do banheiro, comecei pela barba. Nhéééééé. Rapidamente, estava pronta. Máquina 3 no cavanhaque e 2 no restante do rosto. Retirei a ponta plàstica do aparelho para passar a máquina zero na cabeça. Comecei. Nhééé... nhéé... nhééééé... nhé... nh... tuc. Quando ouvi o tuc, pensei Ferrou. E ferrou mesmo. Acabou a carga. Pluguei novamente na energia, aguardei 5 minutos, tirei do plug, liguei. Nhééééééé. Jóia! Encostei na minha cabeça e nhéé... nh... tuc. Outro tuc! Deixei carregando novamente.

Abri um vão da porta do banheiro, chamei pela Mi. Ela disse Tô indo. Aguardei ali, quietinho, atrás da porta. De repente, a Mi abre de uma vez aquela placa de madeira maciça e tuc no meu nariz. Aliás. Se você chamar alguém pelo vão de uma porta, e esta porta abrir para o lado onde você se encontra, NÃO fique atrás da porta. Fica a dica.

Hoje foi a noite dos tucs. Após parar de ver estrelas e passarinhos, pedi gentilmente para ela trazer minhas giletes, para fazer a área pescoçal (do pescoço). Ela trouxe, eu tranquei a porta e voltei minhas atenções à máquina. Liguei. Nhéééééééé. Lindo, potência total. Encostei na minha cabeça, e nhééé... nhé... tuc. Aí eu fiquei nervoso.

Eu me olhei no espelho. Estava ridículo. Parecia que o Stevie Wonder havia cortado meu cabelo. Parecia que eu havia acabado de ser admitido na Febem. Parecia que eu era o Guia Turístico de Chernobil. Parecia que eu mesmo tinha passado a máquina na cabeça e tinha acabado a energia dela - da máquina, não da cabeça. O que fazer? E agora? Esperar 40 minutos pra fazer a cabeça? Ficar esperando assim, pelado, no banheiro? Ir para o quarto, passar frio, ou colocar a roupa e enchê-la de pelinhos? E agora? O que fazer?

Caro leitor. Aqui vai uma questão de múltipla escolha. Vamos ver o quanto você conhece ao meu respeito. A pergunta é: O que foi que eu fiz?

a) Esperei pacientemente por 40 minutos até que a máquina estivesse totalmente carregada;

b) Coloquei novamente a roupa, fui para o quarto onde aguardei o carregamento;

c) Ligava e desligava o aparelho em turnos, fazendo o serviço aos poucos, até completar o trabalho;

d) Guardei as coisas, tomei meu banho e amanhã, na fila da Comisaria, vou tentar lançar moda;

e) Fiquei puto, peguei as giletes, enchi minha cabeça de creme de barbear até parecer uma (ou um?) banana-split e passei sem dó o aparelho de barbear, arrancando tufos de cabelo, muitas vezes com raiz e tudo, até ficar com a careca lisinha, lutando para não entupir a pia do banheiro, para depois verificar os pontos ensanguentados das feridas feitas pela lâmina cansada, e, depois de tudo isso, ainda tomar um banho super quente, cuja água, após bater na superfície lisa e frágil, ao mesmo tempo limpava e cauterizava os cortes, sem esquecer, obviamente, da dor proporcionada por tal experiência.

Qual será a resposta certa? Deixe sua resposta nos comentários, Twitter ou Facebook. Quem acertar receberá um belíssimo "parabéns" importado da Espanha.

Valendo!

Bes... Tuc! Mierda...

Nando (e Mi, doida para ouvir a versão "contada" deste causo)

Fila gorda (08/12/2010)

Ontem foi o dia esperado. Dia sete de dezembro. Acordei cedo para ir à Comisaria de Policia, na Carrer de Bosch. Mas não cedo demais, pois como segunda foi feriado e quarta, hoje, também seria, imaginei que estaria sossegado em relação a fila. Portanto, fui caminhando até a Praça Catalunha, onde há um escritório dos Correos. Mandei um envelope para o Brasil, caminhei outro tanto até a Balmes e virei à direita, e lá fui eu, todo serelepe e despreocupado, subindo em direção à Diagonal.

Após passar a grande avenida, e um quarteirão acima, entrei numa papelaria para tirar fotocópias. Só por precaução, pois estava com todos os documentos necessários para pedir minha tarjeta de familiar de cidadão da União Europeia. Paguei, saí e continuei subindo até dobrar a próxima esquina, também à direita. E foi aí que meu mundo caiu.

Uma fila gorda* me esperava. Uma fila gigantesca. A mãe de todas as filas. Cerca de 150 mertos de fila gorda* até o portão de entrada da Comisaria, onde uma triagem era feita, para que o extrangeiro pudesse pegar uma senha para esperar ser atendido. Lá dentro, a fila continuava. A "sala de espera" é na garagem da Comisaria. Não tem ar, não tem painel eletrônico. Terrível, terrível. Mas minha história estava apenas no começo. Juntei-me à fila. Em seguida, um peruano perguntou se eu era o último. Disse que sim, com um gosto amargo na boca. O relógio marcava 10h20 da manhã.

A fila andava uns bons 10 metros, e depois empacava por 20 minutos, as vezes mais. Eu observava aquela faixa de pessoas na minha frente, que corria pela Carrer de la Granada del Penedès e sumia na esquina da Carrer de Guadalajara. Minha sorte é eu ter o vício de jogar Sudoku, um jogo que ultrapassa a fronteira da língua, e, por conta disso, está disponível no meu celular espanhol. Essa foi a sorte. Não só a agonia da espera se torna menos difícil, mas essa minha carinha de "se-você-for-estranho-converse-comigo" só me coloca em furadas. E é claro que tinha que acontecer. O cara que estava na minha frente veio falar comigo.

Primeiro, ele só disse que iria tirar fotos ali perto, pediu para eu segurar o lugar dele na fila. Sem problemas. Ele está na minha frente, não me custa nada. Depois ele voltou. E saiu de novo da fila, desta vez sem falar nada. Foi para o outro lado da rua. Depois foi para a esquina, observar o portão da Comisaria. Depois, até o portão. Depois voltou até onde eu estava e desembestou a falar comigo. E eu lá, tadinho, querendo jogar meu joguinho tranquilo, esperar minha vez, ser atendido e ir pra casa almoçar, tendo que ouvir o colombiano falando que não ia dar tempo, que isso, que aquilo, que o lugar fecharia 13 horas - e minha informação é de que eles trabalham até 14 horas, mas não questionei -, que ele tinha passagem marcada para ir ao seu país no dia seguinte, que patati, patatá. Eu, primeiro, fiz o que aprendi a fazer muito bem. Balançar a cabeça, ora positivamente, ora em negativa, e dizer Que mierda. E ele falava, e eu balançava a cabeça e dizia Que mierda. Esse diálogo durou alguns minutos, e percebi que o cara não me deixaria em paz. Portanto, pensei no plano B.

Esse plano eu aprendi ainda no Brasil, e sempre dá certo. É o famoso Ih, peralá que meu celular está tocando. No caso, como ele estava perto de mim, precisei alterar a frase para Ih, peralá que preciso ligar para alguém. Deu certo. Primeiro, ele se afastou. Depois, achou outro companheiro, acho que boliviano, que estava na fila também perto de nós, logo a frente de uma mocinha logo na minha frente, também aficcionada com algum joguinho de celular. Eles sairam de lá para conversar, e a mocinha e eu ficamos ali, jogando cada qual seu jogo de celular.

A fila andou, e andou e andou. Começou a ir até que bem rápido. No relógio, dez para as 13 horas. Dobramos a esquina, andamos mais um pouco, e já consegíamos ver, bem perto, o portão da Comisaria, onde duas senhoras faziam a triagem. A Patrícia me ligou, confirmando uma reunião naquele mesmo dia, as 16h. Concordei, guardei o celular e retirei minha pasta com documentos, papéis e passaporte. E a fila andando. Os dois novos-amigos chegaram, e cada um se tomou seu lugar original: o boliviano, a mocinha, o colombiano e eu. Todos com os seus documentos nas mãos. 12h58. Chegamos os quatro na fila. 12h59. Entra o boliviano. 13h00. Chega o guarda e diz Acabou.

Mas heim? Que que foi? Acabou o que? Protestos, gritaria, bombas de efeito moral, a cavalaria... Brincadeira. Ele disse Acabou enquanto bloqueava o acesso da fila com uma grade. A mocinha perguntou o que havia acabado, e ele disse que a senha havia acabado. Mas não fecha as 14 horas, perguntou ela, e ele, com cara de ué, disse que havia sido um dia bastante atípico. Que a fila estava grande e gorda* desde as 7 horas da manhã, sendo que eles só abriram os portões lá pelas 9 horas. Disse ele também que lá dentro havia o suficiente para que o pessoal trabalhasse o restante da tarde inteira, extrapolando o horário das 14 horas. A mocinha perguntou qual o melhor horário para chegar lá, num dia normal. Ele respondeu 8 horas da manhã. O colombiano reclamou discretamente, contando a história de sua viagem. Nova cara de ué do guarda. Eu não fiquei bravo nem nada. Fiquei desapontado, claro está, pois essa novela não anda. Mas, de qualquer forma, era isso e pronto. Como diria minha sogra, fazer o quê?

Fui embora. Não me despedi de ninguém, e provavelmente não os verei de novo. Da nossa turma, apenas o boliviano conseguiu a sorte - ou o azar - de copnseguir entrar, para ser atendido sei-lá-quando. Enfim. Fui pra casa - a pé -, almocei, fui para a reunião - a pé - que fica perto de onde passei quase toda a minha manhã. A sorte é que Pat, minha empregadora, e seu marido Andrew, também meu empregador, são sensacionais. Cheguei precisamente as 16h15, e saí de lá as 19 horas. E o tempo voou. Fiz duas reuniões. Uma em italiano/português/inglês e outra em inglês. Peguei mais trabalhos, conversamos sobre algumas finalizações etc. Depois eu e a Pat descemos, conversamos muito, nos despedimos e voltei para casa. A pé.

Pat e Andrew tem um filho lindo, Leandro, que fará 6 meses este mês. Não aguentei e tirei fotos dos pais babões com o menino. Ele não é lindo? So cute!

Well, that´s all, folks! E a novela continua! Amanhã, dia 09, vou tentar de novo. Estarei lá as 8 horas em ponto, esperando minha vez.

Estamos bem, trabalhando muito, e por isso fizemos esta pausa nas postagens. Os dias passam voando e, quando vemos, é um dia a menos no blog. Mas o importante é que estamos bem, nos amamos muito e amamos vocês.

Besos trabalhosos

Nando (e Mi, na porta, chegando agora do trabalho. Oba!)

* ps.: Fila gorda é aquela fila que possui vários grupos de pessoas. É uma fila de grupos, não de pessoas. Tendeu?