Tãn, tãtãn, tãtãn, tãtãntãtãããn (música do plantão da Globo). Pessoal, ajustem seus relógios. Nosso horário de verão acabou, portanto a diferença daqui para aí caiu para apenas 3 horas. Voltamos agora ao nosso post normal.
Domingo. Véspera de feriado. Halloween. Fim de horário de verão. Quer dizer, tudo colaborou para que acordássemos tarde. E foi o que aconteceu. Ainda mais que choveu bastante na parte da manhã. E, cá pra nós, som de chuva batendo na janela é igual nino de mãe. Infalível. Mas enfim, após acordarmos, dormirmos novamente e acordarmos de novo, resolvemos começar o dia. Isso aconteceu por volta das 14h. Almoçamos, vimos um pouco de tv online, e decidimos ir com nossa roommate, Lu, a um lugar bem bacana. Saímos de casa perto das 19h.
Chegamos no local e, para nossa tristeza, estava fechado. Por este motivo, não comentarei qual seria nosso objetivo da noite, pois resolvemos tentar novamente no fim desta semana. De qualquer forma, para não perdermos a saída, demos uma volta pela região do El Born, onde fica, por exemplo, o Museu do Picasso, na Montcada, entre tantos outros locais interessantes. Fomos andando até uma praça perto da Santa Maria del Mar. Vimos uma senhora, no fim dos quarenta, começo dos cinquenta, que trazia à fronte uma cicatriz vertical que percorria desde o topo da testa até a sobrancelha esquerda, bifurcando no fim da mesma. Ela, com um sorriso no rosto, agachou-se, alheia a tudo e todos, e se aliviou, ali mesmo. A cerca de 5 ou 6 passos da gente.
Atrás dela, mais à esquerda, um cercado contendo pessoas vestidas de Diables distribuindo castanhas torradas. Faminto, entrei na muvuca, estiquei meu braço e consegui um cone de jornal com cerca de 6 castanhas, ainda bem quentes. Uma delícia! Dividimos o soldo, tiramos fotos - infelizmente apenas com a câmera da Lu. Depois peço e posto - e percebemos que estávamos famintos. Fomos a um bar de tapas (petiscos) lá perto, na Princesa. Sentamos, escolhemos, pedimos. Bom, o pedido foi uma novela à parte. O garçom, que também devia ser dono do bar, tinha uma cara de alemão, finlandês, sei lá. Tudo, menos espanhol, ou catalão, ou ainda latino. Enfim, no fim deu certo e recebemos o banquete.
Aqui, os comes e bebes. Foram dois tacos de frango, batatas deluxe com sourcream e nachos com molho chilli. E eu ainda batendo um papo legal com minha sangria doce e suave.
Nós passamos uma noite deliciosa nesse bar. Conversamos muito, contamos nossas histórias, rimos, nos emocionamos, nos conhecemos. Muito bom. Quando resolvemos pagar a conta e voltar para casa, nos assustamos com alguns barulhos que vinham da rua. Pareciam bombas. O som se aproximava a cada novo 'boom'. O dono do bar foi até a porta e, sorrindo, a fechou. Fiquei preocupado. Enquanto a Mi e a Lu conversavam e faziam a partilha da dolorosa, resolvi sair para ver o que estava acontecendo. E quando vi, saquei a câmera e fiz este vídeo:
Era um Correfoc (corrida de fogo) da Colla de Diables (grupo de diabos) 'Del casc antic de Barcelona' - o mesmo grupo que, horas antes, nos presenteou com castanhas torradas. Atrás do grupo, uma batucada alta e marcante, proporcionada pelo pessoal do Ku-Kum-Ku. Depois, Lu e Mi se juntaram a mim, e fomos atrás da passeata.
O movimento de turistas era surpreendente. Gente do mundo todo balançando a cabeça (mais ou menos) no ritmo do batuque, enquanto as bombas e as fagulhas puxavam a fila. Comentamos que, realmente, se aquele grupo de meia dúzia de 'gato pingado' batendo tambor anima esses estrangeiros todos, não é de se imaginar que eles fiquem loucos com nossos carnavais, carioca e baiano e de qualquer canto do Brasil. Mas, como cá estamos, resolvemos entrar no ritmo da dança. Olha as 'Nandetes' aí, geeente!
Depois de andarmos um pouco, começou a preparação do grande final da manifestação. Dois dos Diables foram vestidos com roupas pesadas, vermelhas, acolchoadas. Um terceiro diabo levou até o casal um estandarte completamente lotado de fogos de artifício, enquanto motoqueiros policiais afastavam a multidão. Eu fiquei bem perto dos Diables, e consegui filmar o que houve após um dos integrantes mais velhos da turma acender o pavio do estandarte.
Depois disso, mais um pouco de batucada, e voltamos pra casa.
É isso. Ufa, quanta coisa! Estamos cansados, mas bem! Amamos vocês.
Besos
Nando (e Mi, dormindo profundamente, com cara de quem só acordará na terça!)