domingo, 31 de outubro de 2010

A bruxa está solta (31/10/10)

Tãn, tãtãn, tãtãn, tãtãntãtãããn (música do plantão da Globo). Pessoal, ajustem seus relógios. Nosso horário de verão acabou, portanto a diferença daqui para aí caiu para apenas 3 horas. Voltamos agora ao nosso post normal.

Domingo. Véspera de feriado. Halloween. Fim de horário de verão. Quer dizer, tudo colaborou para que acordássemos tarde. E foi o que aconteceu. Ainda mais que choveu bastante na parte da manhã. E, cá pra nós, som de chuva batendo na janela é igual nino de mãe. Infalível. Mas enfim, após acordarmos, dormirmos novamente e acordarmos de novo, resolvemos começar o dia. Isso aconteceu por volta das 14h. Almoçamos, vimos um pouco de tv online, e decidimos ir com nossa roommate, Lu, a um lugar bem bacana. Saímos de casa perto das 19h.

Chegamos no local e, para nossa tristeza, estava fechado. Por este motivo, não comentarei qual seria nosso objetivo da noite, pois resolvemos tentar novamente no fim desta semana. De qualquer forma, para não perdermos a saída, demos uma volta pela região do El Born, onde fica, por exemplo, o Museu do Picasso, na Montcada, entre tantos outros locais interessantes. Fomos andando até uma praça perto da Santa Maria del Mar. Vimos uma senhora, no fim dos quarenta, começo dos cinquenta, que trazia à fronte uma cicatriz vertical que percorria desde o topo da testa até a sobrancelha esquerda, bifurcando no fim da mesma. Ela, com um sorriso no rosto, agachou-se, alheia a tudo e todos, e se aliviou, ali mesmo. A cerca de 5 ou 6 passos da gente.

Atrás dela, mais à esquerda, um cercado contendo pessoas vestidas de Diables distribuindo castanhas torradas. Faminto, entrei na muvuca, estiquei meu braço e consegui um cone de jornal com cerca de 6 castanhas, ainda bem quentes. Uma delícia! Dividimos o soldo, tiramos fotos - infelizmente apenas com a câmera da Lu. Depois peço e posto - e percebemos que estávamos famintos. Fomos a um bar de tapas (petiscos) lá perto, na Princesa. Sentamos, escolhemos, pedimos. Bom, o pedido foi uma novela à parte. O garçom, que também devia ser dono do bar, tinha uma cara de alemão, finlandês, sei lá. Tudo, menos espanhol, ou catalão, ou ainda latino. Enfim, no fim deu certo e recebemos o banquete.

Aqui, eu com minha sangria e a Lu, com sua cerveja caseira catalã.

E olha a Mi, com sua Coca Light, a cerva da Lu e eu com minha boa sangria.

Aqui, os comes e bebes. Foram dois tacos de frango, batatas deluxe com sourcream e nachos com molho chilli. E eu ainda batendo um papo legal com minha sangria doce e suave.

Nós passamos uma noite deliciosa nesse bar. Conversamos muito, contamos nossas histórias, rimos, nos emocionamos, nos conhecemos. Muito bom. Quando resolvemos pagar a conta e voltar para casa, nos assustamos com alguns barulhos que vinham da rua. Pareciam bombas. O som se aproximava a cada novo 'boom'. O dono do bar foi até a porta e, sorrindo, a fechou. Fiquei preocupado. Enquanto a Mi e a Lu conversavam e faziam a partilha da dolorosa, resolvi sair para ver o que estava acontecendo. E quando vi, saquei a câmera e fiz este vídeo:


Era um Correfoc (corrida de fogo) da Colla de Diables (grupo de diabos) 'Del casc antic de Barcelona' - o mesmo grupo que, horas antes, nos presenteou com castanhas torradas. Atrás do grupo, uma batucada alta e marcante, proporcionada pelo pessoal do Ku-Kum-Ku. Depois, Lu e Mi se juntaram a mim, e fomos atrás da passeata.


O movimento de turistas era surpreendente. Gente do mundo todo balançando a cabeça (mais ou menos) no ritmo do batuque, enquanto as bombas e as fagulhas puxavam a fila. Comentamos que, realmente, se aquele grupo de meia dúzia de 'gato pingado' batendo tambor anima esses estrangeiros todos, não é de se imaginar que eles fiquem loucos com nossos carnavais, carioca e baiano e de qualquer canto do Brasil. Mas, como cá estamos, resolvemos entrar no ritmo da dança. Olha as 'Nandetes' aí, geeente!


Depois de andarmos um pouco, começou a preparação do grande final da manifestação. Dois dos Diables foram vestidos com roupas pesadas, vermelhas, acolchoadas. Um terceiro diabo levou até o casal um estandarte completamente lotado de fogos de artifício, enquanto motoqueiros policiais afastavam a multidão. Eu fiquei bem perto dos Diables, e consegui filmar o que houve após um dos integrantes mais velhos da turma acender o pavio do estandarte.


Depois disso, mais um pouco de batucada, e voltamos pra casa.

É isso. Ufa, quanta coisa! Estamos cansados, mas bem! Amamos vocês.

Besos

Nando (e Mi, dormindo profundamente, com cara de quem só acordará na terça!)

sábado, 30 de outubro de 2010

O maravilhoso mundo da Disney (30/10/10)

Sábado, dia nublado, friozinho gostoso. Para quem não quer ficar em casa, qual a melhor - ou única - opção? Sim, shopping. Quer dizer, aqui não se chama shopping, e sim centro comercial. Mas é shopping. Um prédio com várias lojas de diferentes especialidades, inclusive um supermercado, o que é? É shopping. Mas Europa é chique. Não é desconto, é off price. Não é ponta de estoque, é outlet. Não é shopping, é centro comercial. Lá fomos nós.

Novamente escolhemos o TRAM como meio de transporte. Simplesmente espetacular. Elétrico, espaçoso e tranquilo. O ponto onde embarcamos é o segundo da rota, portanto estava bem vazio. Fomos conversando, memorizando nossa lista de afazeres, mas sabíamos que o que interessava, hoje, era o passeio em si. Decidimos, por exemplo, descer no Diagonal Mar, onde compraríamos mais roupas de frio no Primark, uma loja bastante barateira, e depois seguiríamos para o centro comercial Glóries.

Desembarcamos em frente ao shopp, quer dizer, centro comercial, e fomos almoçar. Claro, no McDonalds, a opção mais barata. A Mi comeu um Capritx Fusion, eu pedi meu bom e velho Menu McBacon, tudo grande (batatas tradicionais e Coca Zero), e gastamos 8,20 euros. Comemos em meio a uma zona de guerra. Crianças pequenas, médias e grandes, todas pulando e correndo, e os pais com seus carrinhos e sacolas, alguns idosos acompanhavam, enfim, tinha de tudo. Saímos em direção ao Primark.

Lá chegando, o ambiente parecia o do McDonalds. Mas desta vez eram os adultos que pulavam e corriam. Para resumir a história e demonstrar o quão barata é a loja, vamos à lista de compras. Colete feminino térmico preto - 7,00 euros. Conjunto plush feminino azul escuro - 14,00 euros. Conjunto com dois pares de meias térmicas femininas azul-marinho - 2,00 euros. Conjunto de seis pares de meias masculinas branco - 3,00 euros. Calça de moleton masculina cinza - 6,00 euros. Camiseta roxa lisa masculina - 2,50 euros. Camiseta rosa com desenho masculina - 1,00 euro (sim, caro leitor, apenas 1,00 euro). Ver um Árabe ao seu lado, de cuecas, experimentando uma calça no meio da loja lotada enquanto uma mãe fica cutucando seu calcanhar com a ponta de plástico duro do carrinho de bebê que não continha bebê algum e sim as compras efetuadas minutos antes - não tem preço.

Saímos do Diagonal Mar com nossa megasacola e fomos, andando, em direção a outro centro comercial, o de Glòries. Desta vez iríamos apenas passear e conhecer novas lojas e marcas. Chegamos após uma meia hora de caminhada. Este centro, na minha opinião, é mais interessante que o anterior, mas as lojas são um pouco mais caras. Fora que, lá, tem um Carrefour, que todo mundo conhece - mundialmente -, e, no Diagonal Mar, o Alcampo - quem?

Após guardarmos nossa sacola de compras num armário do Carrefour - basta depositar 1,00 euro, trancar e ficar com a chave. Depois é só abrir a porta do armário e a moeda é devolvida -, fomos bater mais perna. Visitamos a C&A, que aqui e bem chique e cara. Andamos aqui e ali e paramos numa loja que não é uma loja. É um sonho, principalmente se você tem 3 sobrinhas e 1 sobrinho-barra-afilhado. A loja da Disney.

Entramos e sentimos, primeiro, um cheiro de fralda suja. Mas nos encantamos com os produtos da loja, e esquecemos o tal odor. Para registrar, eu sou contra levar criança nesse tipo de loja. É como levar um diabético na Kopenhagen ou um gordinho na Casa da Sobremesa. É judiação. E a loja estava cheia de crianças, gritando, chorando, pedindo, algumas implorando. Eu e a Mi ficamos boquiabertos. Todos os personagens da Disney ali, na nossa frente, representados em pelúcias, roupas, fantasias, brinquedos, kit escolar, caixinha de música, e uma infinidade de outros produtos. A Mi falava toda hora, 'Nossa, tô passando mal aqui, olha isso, olha aquilo'. Eu também estava encantado, fazendo mentalmente uma lista do quê iria para quem.

Continuamos rodando a loja, e a cada novo personagem, novos e inusitados produtos. Uma peruca loira da Hanna Montana. O sapatinho de cristal da Cinderela. Um Pato Donald gigante de pelúcia. A fantasia dos personagens de Toy Story. Até que chegamos ao fundo da loja, onde a maioria das mini pelúcias estavam. A Mi viu algo no meio do mundaréu de personagens e não acreditou. E eu não acreditei quando vi a Mi voando em direção aos bichinhos. Ela agarrou, primeiro, o Nemo, e gritou um pouco. Depois viu, ao lado, a Dory, e gritou mais um pouco. Alguns segundos se passaram, e novo grito, desta vez pelo Soneca. Só sei que ela falava 'Eu quero esses, eu quero esses' num tom de voz que lembrava um boto. Foram precisos quatro seguranças armados com pistolas de bola de sabão e cacetetes de borracha para fazer a moçoila largar os pobrezinhos. Depois comprovei, inclusive, que o Soneca ficou com as marcas das unhas da Mi fincadas no narigão.

Bom, na verdade não foi bem assim, mas foi quase. De qualquer forma, adoramos essa visita. Andamos depois por outras lojas, compramos arroz e macarrão no Carrefour e voltamos para casa, novamente de TRAM. Descemos e andamos até aqui, sempre conversando sobre o que vimos e o que gostaríamos de levar para cada um de vocês. É, não tem jeito. Nossos corpos estão em Barcelona, mas nossos corações são seus.

Estamos bem, amamos vocês.

Besos e continuem espalhando a notícia (ver post anterior).

Nando (e Mi, olhando para o teto, deitada, provavelmente pensando nas malditas pelúcias!)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cara nova e de pau (29/10/10)

O blog está de cara nova. Finalmente tomei vergonha na cara, instalei um photoshop no netbook e desenvolvi uma cara toda nova pro nosso querido blog. Já não era sem tempo. A Mi vivia me falando para fazer isso. Foi difícil, porque não utilizamos mouse, apenas o micro-touch-pad do computador. Mas minha vontade vai além da estética.

Decidi procurar trabalhos no Brasil. Uma das vantagens de se ser designer, tanto gráfico como digital, é o uso da informática como ferramenta 'portátil' de trabalho, além da utilização da internet para encurtar as distâncias entre empregador e funcionário, ou contratante e contratado. Portanto, vou fazer o que sei fazer - e faço há 15 anos, mais ou menos -, que é ser designer.

Por conselho da minha irmã Taïs, vou fazer, além da melhora na cara do blog, um outro blog, direcionado para mostrar meu portifólio. Isso será um pouco mais trabalhoso e demorado, porque preciso reunir trabalhos antigos, recuperar sites desativados, organizar, catalogar, rediagramar e publicar tudo isso no meu novo blog, que se chamará... Não sei. Essa é outra etapa. O bom de tudo isso é realmente voltar a pegar o jeito da coisa. Porque a parte mais complicada de se fazer um website, por exemplo, é o planejamento. O resto, é tranquilo.

Aliás, farei sites apenas após juntar algum dinheiro para comprar um novo computador. Por sorte, os preços de produtos eletrônicos e de informática são bem bacanas por aqui. Então, por enquanto, vou fazendo ilustrações, caricaturas, maillings, logotipos, identidade visual, essas coisas todas. E é claro que vou cobrar em Reais - fazer o quê, hehehe.

Bom, é isso. Este foi um post mais técnico e chato, fora do padrão 'BarceloNando' de ser, mas, aproveitando que deveria falar da cara nova do blog, acabei fazendo uma propagandinha gratuita. Aqui eu aprendi a ser mais cara de pau. Então, se você receber um e-mail meu pedindo dinheiro, não é vírus nem corrente. SOU EU MESMO! Brincadeira. Ou não. Mas o sério mesmo é que estou realmente procurando trabalhos como freelancer. Então, espalhem a notícia.

Estamos bem, amamos vocês e espalhem a notícia.

Besos e espalhem a notícia!

Nando (e Mi, fazendo as unhas das mãos e mandando vocês espalharem a notícia!!)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sem unhas (28/10/10)

Sempre roí unhas. É feio, desagradável e nada higiênico, mas o ato de roer unhas me acompanha. Aqui, eu tentei parar. Claro que só depois da viagem, porque no avião foi uma roeção sem dó. Até que estou conseguindo! Como parte dessa tentativa de melhorar sempre mais e mais, resolvi tentar trocar o salgadinho (ou como minha Vó Odete chama, 'isopor') por sementes de Girassol. Tive duas surpresas. Aqui, um pacote cheio dessas semente, salgadas, sai bem barato. Comprei, cheguei em casa, abri o pacote e comi uma semente. Aí, tive a segunda surpresa. A casca não é comestível.

Ok, ok, muitos vão me achar ridículo, burro, até inocente. Mas fazer o quê, eu não sabia! Comecei a cuspir aquelas farpinhas de casca de semente de girassol. Parecia um cupim com indigestão. A Mi, após voltar a si - depois de uma gargalhada intensa -, pegou outra semente, abriu e comeu. Mas, antes, me mostrou a parte comestível. Uma coisinha mínima, com aparência de caroço de laranja. Está bem, comprei o pacote e agora vou comer tudo. Descascarei todas e cada uma delas, nem que seja a última coisa que eu faça. Eu detesto desperdício.

E foi o que fiz hoje. Ou melhor, tentei fazer. Hoje a Mi teve um compromisso e saiu na parte da tarde. Eu fiquei com a tarefa de lavar a louça do almoço e mandar mais currículos. Assim que a Mi saiu, deixei a louça para lá e preparei tudo. Estendi um papel-toalha no chão, busquei o pacote de sementes de girassol e nosso copo plástico (temos 4, do Ikea), liguei o computador, achei a pasta de músicas, coloquei os fones de ouvido, abri o site de busca de emprego e comecei. Olhava pra tela, via se tinha emprego. Não tinha. Derramava algumas sementes no papel-toalha e ia abrindo, sempre com muita dificuldade. Nas primeiras tentativas, eu espremia a semente entre polegar e indicador, para que a casca abrisse em uma das pontas. Não deu certo. Eu acabava esmagando o carocinho comestível. Depois usei a técnica da Mi. Opa, apareceu um emprego! Mando cv para fazer limpeza no centro da cidade. Volto pro girassol. Depois usei a técnica da Mi, de morder a ponta da semente.

Funcionou mais ou menos, até que o sal de cada semente começou a formar uma 'pipoca' no meu lábio inferior, lado direito. E é claro que não parei. Desistir é para os fracos! Apenas mudei o lado da boca. Aparentemente, o lado esquerdo da minha boca é menos sensível que o lado direito - não sabia que existia a característica 'destro de boca'. Você sabia? -, e comecei a esmagar novamente tudo. Casca, caroço, e lábio, por conta do maldito sal. Até que tive uma luz. As sementes de girassol possuem abas achatadas nas laterais da casca. Utilizando a unha do meu dedão, que, por sorte, não roía há 1 mês... Peralá, antes de você pensar que estou com as unhas compridas, feito bruxa de halloween, só porque parei de roê-las, não é bem assim. Eu corto as unhas, normalmente, tudo bonitinho. Bom. Utilizando a unha do dedão, empurrei a aba da casca para baixo, enquanto segurava firmemente o resto com a outra mão e deu certo! A casca abriu como uma banana.

Utilizando essa técnica, recomecei os trabalhos, tanto na descascação como na computação. Mandei mais alguns cvs, e descasquei metade do pacote. E olha, no fim das contas, que desperdício! Uma montanha de cascas e uns carocinhos mixurucas dentro do copo. Foi então que recebi a ligação da Mi. Ela estava voltando. E, na hora, lembrei. A louça! Larguei tudo como estava, fui à cozinha, liguei a torneira na água quente - um beijo grande para o inventor da água quente! - e lavei a louça. Guardei 2 panelas na geladeira e voltei para o quarto.

Quando retomei o trabalho com as sementes, meu dedão doeu. Não é boa a sensação de nada doendo, mas essa dor eu já conhecia. Era dor de roedura. Quando o dente puxa o fio da unha através do topo do dedo e traça uma parábola em direção à pele sobre ela. E depois, aquela partezinha, agora destelhada, dói. Era essa a dor que eu estava sentindo. Quando olhei meu dedão, tudo se esclareceu. O maldito sal 'roeu' a maldita unha do meu maldito dedão! Fiquei nervoso, mas mais desolado ainda quando percebi que não podia roer a unha para relaxar.

Resultado, não pude mais descascar as sementes, e terei ou que esperar a unha crescer para começar de novo ou bolar outra técnica. O negócio é esperar mesmo, minhas ideias acabaram. Assim como este post.

Estamos bem, e amamos vocês.

Besos e, por favor, não contem pra Mi a história da louça, senão é capaz dela 'me' roer!

Nando (e Mi, espiando o post e acabando com o segredo. Merda...)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Nuuuuu (27/10/10)

O legal do dia de hoje foi, na verdade, a parte da tarde. Ficamos um tempão conversando com a Lu, nossa visitante. Ela é de BH, terra da Bia - oi Bia! -, está há quase um ano fora do Brasil fazendo cursos. Ela veio da Inglaterra, onde fez 2 cursos, para fazer outro curso, um intensivo de Castelhano. Mas não estudamos conversação não. Só conversamos, e rimos, e nos divertimos. Compramos até entradas para um jogo do Barça, no começo de Novembro. Ela fica até metade do mês que vem, infelizmente.

A cada 'Nuuu's e 'Uai' que ela falava, lembrava mais e mais da Bibi, e a saudade apertava. Mas sei que nos veremos em breve, e sei também que todo esforço e dedicação desta viagem terá alguma valia para ela no futuro. Quero que ela tenha esta mesma experiência, mas aplicada aos estudos e formação curricular. Posso não me tornar o pai rico e internacional que eu sonhava, mas certamente me dedicarei muito para que ela tenha esse tipo de vivência. Como já mencionei antes, morar fora assim abre a cabeça.

Enfim, estávamos aqui, cada qual em seu laptop, quando a Lu nos mostrou um software do Mac. Photo Booth (acho que é isso, qualquer coisa volto mais tarde e corrijo). É um programa que altera as imagens da webcam integrada do MacBook, imitando uma casa de espelhos. As fotos mais divertidas foram as sequenciais, quando quatro imagens eram batidas em intervalos de 1 segundo, por aí. Vejam o resultado:

É o velho ditado: "A gente se fode, mas se diverte!" E, para registro, acho a Mi linda de qualquer forma. Sério.

Amamos vocês.

Estamos bem.

Besos

Nando (e Mi, preparando a mistura do almoço de amanhã. Não, não são os 'caracoles'...)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Comida é pasto (26/10/10)

Compras, compras, compras. O bom é que aqui a comida é bem barata. As 'marcas brancas', isto é, marcas próprias dos mercados, são de qualidade e preço bastante competitivo. Se bem que a diferença fica sempre na casa dos centavos. Conhecemos um novo mercado, como alternativa ao Dia, bem maior que este, com mais variedades, além do uso do cartão de crédito - santo cartão de crédito!

Andando pelos corredores irregulares do lugar, fiquei ora intrigado, ora enojado, ora surpreso pelos produtos ali apresentados. Como não podia tirar fotos, resolvi anotar nomes e marcas. Pesquisei algumas fotos apenas para ilustração de cada item desta lista bizarra. Vamos a ela.

Esponja com Sabão Jalsosa
10 unidades - 1,00 euro

Este pacote me chamou a atenção porque estava a procura de uma esponja de banho. Depois li as instruções, e vi que se tratava de um prático produto especialmente para quem vai viajar e ou atletas de academia. São 10 esponjas finas esbranquiçadas. Esse branco é o sabonete, que, em contato com água, faz a espuma e limpa suavemente a pele. Muito interessante, não? Um dia compro para fazer o teste.

Creme Depilatório Veet para Homens
Pote grande - 5,85 euros

Nunca vi este tipo de produtos especializados para homens no Brasil, por isso mesmo me chamou a atenção. Funciona da mesma forma que o creme feminino, mas a química deve ser mais forte. Indicado para axilas, peito e pernas, vem com uma espátula-com-formato-de-aparelho-de-barbear plástica. Azul. Bem másculo.

Sal para Lava-Louças Sinkal
Pacote 500g - 1,10 euros

Sim, sal. Sim, para lavar louça. Principalmente louça fina, como cálices. O aspecto é de sal grosso, mas não tive coragem (vontade) de experimentar. As instruções indicam onde e quanto do sal deve ser colocado na máquina. Então, não sei se ele é um substituto propriamente dito do detergente, ou se as máquinas daqui tem um espaço reservado para esse produto. Diferente.

Coelho inteiro (com fígado à parte)
Granel - de 3,00 a 6,50 euros

A cena é terrível, mas já havia visto anteriormente, na Boquería. É um coitado dum coelho, esticado e despelado. A musculatura aparente, os olhos despalpebrados, consequentemente arregalados, e o meigo casal de dentinhos brancos completam a imagem. O detalhe do fígado, bordô, pendendo da região abdominal, é de virar o estômago. A Mi, coitada, sempre passou longe disso. Se visse de longe qualquer borrão do que poderia ser perturbador, ela dava meia volta. Hoje, sem querer, seus olhos alcançaram o pobrezinho duro, que olhava para ela fixamente. Tadinhos dos dois.

Sucedáneo de Caviar Cavi-Art
Pote pequeno - 1,85 euros

Para quem torcei o nariz, acalme-se. Este é um caviar falso, ou substituto de caviar. É um produto vegetariano, formado a partir de algas marinhas principalmente. Promete o mesmo sabor do caviar, mas com maior duração do produto após o pote aberto, além de uma infinidade de vantagens. A Mi, quando percebeu se tratar de uma 'falsificação' assumida, disse 'Então é por isso que o potinho é bem mais barato que o de caviar de verdade. Engana-se a pequena. Ao lado do Cavi-Art, há a opção do caviar real - Ovas de Lumpo Negras ou Vermelhas - ao módico preço de 2,25 euros. O pote é virtualmente o mesmo. Portanto, é muito mais uma opção de gosto que de bolso. Da próxima vez, eu compro.

Gelatina Pronta Gelli-Sweet sabor Morango
Embalagem com 4 gelatinas - 0,85 euros

Lembro de andar pelo Enxuto, em Campinas, ou WalMart, em São Paulo, e passar pela prateleira das gelatinas. Eram diversos sabores, todos coloridos e cheirosos. Aqui não tem isso. Para consumidores de gelatinas, a opção é comprá-la pronta, em embalagem similar à de iogurte. O sabor não é aquela maravilha. A Mi achou bastante doce. Eu gostei, mas comprei muito mais para experimentar que para matar vontade. Tanto que das 4 que comprei, comi apenas uma. Mas é bacana, e bastante barato.

Caracóis Pré-cozidos Helifrusa
Pacote congelado de 350g - 2,05 euros

Esta é a minha maior frustração. A Mi bateu o pé e deu a sentença. 'Isso eu não como.' Eu realmente sou bastante fresco com comida, mas quando encasqueto em experimentar alguma coisa, encasqueto. E caracóis estão no meu 'menu exótico', entre outras iguarias, como escorpiões caramelizados e caviar (será que o falso conta?). De qualquer forma, não vou comprar 350g de caracóis para, na pior das hipóteses, ter que comê-los todos sozinho. Isso porque, quem me conhece sabe, eu detesto desperdício. Como só para valer o que gastei na compra. Acho que vou tentar convencê-la, ou esperar alguém - corajoso - do Brasil vir fazer uma visita. Por enquanto, deixa os bichinhos lá na geladeira do mercado, deixa.

Caranguejo Buey de Mar Cozido Dimarosa
Congelado 600g - 3,95 euros

O interessante foi ver o tamanho do caranguejo todo duro. Um tom alaranjado lindo, e até mesmo apetitoso. Já vi no Brasil, raras vezes e em determinados lugares, geralmente especializados em produtos do mar. Mas aqui é fácil encontrar, principalmente o bicho congelado, ao natural. Acho bastante interessante, porque me parece algo que se situa entre os tempos de caça e a conserva de alimentos. Barcelona me traz esse sentimento às vezes, de que voltamos um pouco no tempo, quando a correria era mais branda, e a gastronomia uma necessidade trabalhosa, e não arte.

É isso aí. Estamos bem, amamos todos vocês.

Besos e obrigado pelos comentários!

Nando (e Mi, dormindo e sonhando com 'caracoles'. Hmmmm!)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Encontro e aniversário (25/10/10)

Hoje o dia foi diferente. Fora a rotina de sair à procura do sol - achamos, mas, infelizmente, o vento também nos achou, e, feito Dorothys às avessas, fomos varridos de volta para casa -, nos encontramos com um casal de brasileiros. Conhecemos a Maria, o Edu, o pequeno (porém forte) Luca e a simpática... Esqueci o nome. Mas é a mãe da Maria - perdão, Maria e mãe da Maria!

Eles moram na região da Sagrada Família. Fomos de metro, linha vermelha, baldeamos para a linha azul e chegamos rapidamente. Nos perdemos um pouco para achar a rua, mas só um pouco. O que importa é que lá chegamos, interfonamos, subimos e entramos. Conversamos bastante, até o Luca entrou no papo. Depois seguimos nosso rumo.

O Edu fala catalão fluente, e ele começou num curso oferecido gratuitamente por aqui. Vou correr ainda hoje atrás disso. Aliás, este é um dos dois motivos que me fizeram escrever o post mais cedo.

O segundo é o aniversário da minha filha predileta - a Bia. Ela está completando hoje 13 primaveras. Ela se tornou uma linda menina, moderna, madura, educada. É claro que estou só apontando as qualidades dela, pois hoje é dia dela. Amanhã eu posto os defeitos. Brincadeira Bibi, brincadeira! Hoje tem festa na casa dela, e vou tentar participar do comes-e-bebes através da câmera. Ainda bem que o Brasil entrou no horário de verão. Assim a diferença entre a gente cai em uma hora.

Então é isso. Estamos bem e amamos vocês.

Besos

Nando (e Mi, conversando sem parar com a Lu, nossa convidada mineirinha. A cada uai dela eu lembro da Bibi. Aiai...)

domingo, 24 de outubro de 2010

Domingo de correria (24/10/10)

Hoje a correria, finalmente, não foi nossa! Acordei cedo e, pela primeira vez, fiz um programa do tipo 'eu comigo mesmo'. Deixei a bela adormecida na cama - com muito custo... - lá pelas 9h30 da matina. Um frio, mas um frio cortante. Tempo encoberto, cinza, ideal para uma corrida. Fui até o Arc del Triomf, aqui do lado, munido de máquina fotográfica e muita disposição. Não para correr, e sim para aguentar a baixa temperatura.

Lá chegando, me inteirei do assunto. Era uma corrida exclusivamente feminina. Esta corrida de 5km acontece durante o ano inteiro, sempre em diferentes cidades da Espanha. São 9 etapas no total. O mote da Carrera de la Mujer é o combate ao câncer de mama. Inclusive, me emocionei bastante ao encontrar várias mulheres usando uma camiseta com os dizeres 'Eu venci!'.

Tinha muita gente, e muitas mulheres. Me lembrei dos meus áureos tempos de atletismo. Pena que, apesar dos meus poucos 33 anos, meu joelhos são de uma pessoa três vezes mais idosa.

Cheguei após 10 minutos da largada, e ainda tinha muita gente para passar pela estrutura que demarcava o início da prova.


O Arc del Triomf foi utilizado como a reta final do percurso. Não consigo imaginar qual seria minha emoção ao passar sob o monumento numa chegada de corrida de rua em Barcelona. Acho que começarei um tratamento intensivo para tentar voltar às ruas. Vamos ver.

E aqui, as fotos da primeira, segunda e terceira colocadas, respectivamente.

Voltei para casa com frio, sono e levando uma sacolinha de brinde que ganhei no pátio do acontecimento. Ravioli de queso y jamon. Oba! O resto do domingo foi de preguiça e soneira. Isto é, um domingo perfeito, ou um perfeito domingo.

Estamos bem e amamos vocês.

Beijos

Nando (e Mi, comendo cereal de chocolate com leite desnatado - acho que vou roubar um pouco)

sábado, 23 de outubro de 2010

Caminhando e cantando (23/10/10)

Nota rápida sobre o passeio de ontem. Fomos à mais famosa casa de chocolate (churros com calda de chocolate) de Barcelona. A Granja e Xocolateria La Pallaresa, na Petritxol 11. Essa rua é paralela à Rambla principal, e o melhor jeito de encontrá-la é procurando a Igreja Santa Maria del Pi. Na viela, são várias as casas dedicadas ao chocolate, mas esta tem história. A loja é uma antiga vaquería, onde o pessoal comprava leite de vaca tirado na hora. O atendimento é ruim - pra variar - e tomamos apenas um cortado (café), e foi o melhor cortado que experimentamos em toda a cidade.

Dito isso, vamos ao passeio de hoje, sábado. Fomos à Montjuïc, um lugar famoso de Barcelona, principalmente por conter diversos museus e obras, como, por exemplo, o Estádio Olímpico, utilizado nas Olimpíadas de 1992, e o Museu de Arte da Catalunha, o MNAC. Por sinal, a construção do MNAC é impressionante. Nos lembrou o Museu do Ipiranga, por se tratar de uma arquitetura bastante grandiosa que figura ao longo de uma vasto caminho aberto. Aqui, no caso, uma avenida. Para nossa sorte, existem várias escadas rolantes para ajudar na subida.


E, no meio do caminho, pausa para nossa foto-de-cabeça-colada.


Até casamento tinha na escadaria. Que bunitinhu!


Estava acontecendo um evento grande para a criançada, patrocinado por um canal de TV daqui. Tinha brincadeira, cachorro pegando discos e até um mamute!

E, é claro, filas intermináveis para todas essas atrações. Pais fumando, crianças lambuzadas, uma maravilha.

Aqui, a entrada do Estádio Olímpico. E ali, pequenininha, alguém que parece uma Deusa do Olimpo - será que assim ganho uns pontos?

Depois, nos embrenhamos nas matas de Montjuïc, passeando por jardins, fontes, enfim, tudo muito incrível. Nem parecia Barcelona. Aliás, parecia alguma fantasia, sei lá.

Não resisti e pedi para a Mi tirar uma foto minha com esta escultura. Acredito ser de Athenas, mas não havia placa informativa. Eu sou fã de esculturas, principalmente as gregas. Os detalhes, a simetria, é um trabalho que, realmente, precisa ter um saco de mamute pra fazer. Tocamos inclusive os pés da estátua, cuja joanete fora retratada perfeitamente.

Pra finalizar, um vídeo de um simpático casal de velhinhos que, ouvindo o músico postado em frente ao MNAC, não resistiu. Com muita dificuldade se levantaram, um se apoiando no outro, andaram até o músico, o senhor fez um sinal com a cabeça, e o músico entendeu. Enquanto a melodia reverberava entre a construção antiga e o vasto vazio da vista em frente, o casal dançava, alienado e feliz. Depois, aplausos, mais para os dançarinos que para dança e músico.


E é isso aí. Quero terminar este post mandando todo o nosso amor, carinho e quentura de abraço para nosso amado amigo, Dani. A vida passa rasteira na gente, mas não para cairmos, e sim para aprendermos a nos levantar. Força! Amamos você.

E amamos todos vocês. Estamos bem!

Beijos

Nando (e Mi, me olhando, mais pra lá do que pra cá.)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Olé??? (22/10/10)

Hoje, o post é de revlta. Durante nosso passeio - na verdade fomos bater perna para distribuir mais alguns currículos - demos de cara com uma pequena manifestação. Eram três pessoas apenas, sendo que as duas moças colhiam assinaturas, enquanto o homem, todo vestido de branco e manchado de sangue (falso, claro), segurando um cartaz com os dizeres:

"Stop! Bullfight. Correbous. Bous embolats. Bous capllaçats. Animal cruelty!! No more blood."
(Parem! Tourada. Corrida de touros. Touros de fogo. Touros enlaçados. Cueldade com animais!! Chega de sangue.)

No Brasil eu sabia, como a maioria dos brasileiros, o que são as touradas. Já havia visto, também, vez ou outra, a famosa corrida de touros pelas ruas espanholas. O que não sabia eram os detalhes acerca destas duas modalidades de 'festas' que envolvem os touros, além de outros dois tipos de brincadeira com o animal.

As touradas aconteciam em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Hoje, ela resiste em poucos países (de forma lícita), e dependendo da região, as regras podem variar. Mas, de modo geral, o show termina quando o toureiro mata o touro. E se o touro vence? Não sei. Já ouvi hitórias. Algumas dizem que quando o touro é superior ao toureiro, ele ganha indulto e sobrevive. Ouvi também que, caso o touro acerte o toureiro, aquele é morto. De qualquer forma, tourada é tortura.

A corrida de touros. No Brasil havia um acontecimento similar. A tal Farra do boi. Havia não, ainda existe, apesar de proibida. Solta-se o animal, ou os animais, pelas ruas da cidade, ou em terreno descampado. Muitas dessas corridas terminam numa arena de tourada. Nem sempre o touro (ou boi) é morto, mas durante a corrida é cometido todo tipo de maltrato. As vezes, o bicho ficar vivo é o pior que pode acontecer.

As tradições 'touros de fogo' e 'touros enlaçados' aparecem mais na região da Catalunha (cuja capital é Barcelona), na Espanha. No primeiro caso, a cabeça do touro é laçada para controlar o animal. Homens (?) amarram bolas inflamáveis em cada chifre do touro, e depois ateiam fogo. O touro sofre durante 30 minutos. O cheiro de chifre e carne queimados é sentido por cerca de 300 pessoas, que acompanham os gritos desesperados do touro, gargalhando e festejando. Cansado, entregue e geralmente quase totalmente em chamas, é finalmente morto com golpes na cabeça, para que sua carne seja dividida entre os convidados.

A segunda 'festa' é parecida com a corrida de touros, mas nesta modalidade o bicho é enlaçado pela cabeça, e ao invés de correr, pelas ruas, ele é arrastado. Geralmente não há morte, mas após a diversão - ... - o touro é recolhido para, mais tarde, ser arrastado novamente.

Chocante, não? Pois é. E para acabar com essa brutalidade gratuita e desnecessária, assinamos, eu e Mi, uma petição que pede o fim imediato de absolutamente todas estas atrocidades. Para ser bem sincero, me senti, num primeiro momento, um pouco hipócrita. Sou consumidor, hoje não muito assíduo, da carne vermelha. Mas ao mesmo tempo, podemos discutir a ligação entre o abate do animal com fins alimentares e a tortura que os mesmos sofrem para entretenimento de alguns. Mas depois, a sensação passou, e, de consciência tranquila, resolvi escrever este post. Vejam as fotos.

Amanhã tem post mais animado. Prometo. Mas não podia deixar de registrar nossa tristeza e perplexidade frente a essa brutalidade que, até agora, segue protegida pelo 'tradicionalismo cultural' por alguns poucos países. Obviamente que nos lembramos dos rodeios brasileiros. Mesmo não havendo a morte do animal no fim do 'espetáculo', ainda sim há muita crueldade. Bom. Acho que vai de cada um.

Para informação, foi aprovada uma lei que proíbe a tourada na Catalunha. Mas ela só vale a partir de janeiro de 2012. E não inclui a corrida de touros e o touro enlaçado, por não significarem necessariamente a morte do animal. Eu acredito que novas touradas serão criadas, nas quais a morte do touro seja proibida. Mas tortura, estresse, maus tratos, cansaço, podem. Só não mata o coitado. Hã...

Estamos bem (melhores que esses animais, é certo!), e amamos vocês.

Beijos, e desculpem o desabafo!

Nando (e Mi, do meu lado, mandando beijo pra todo mundo.)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

BarceloNando II (21/10/10)

Xi... Sinto que este vai ser um daqueles longos. Mas precisava falar essas coisas que vou falar. Bom.

A gente andou muito hoje. Sempre andamos, olhando vitrines, descobrindo lojas interessantes, muitas vezes salivando com guloseimas da região. Mas, principalmente, associamos objetos (que consideramos futuros presentes) a pessoas que amamos e, portanto, sentimos falta.

Hoje pensei em escrever sobre tudo o que nos faz lembrar dos nossos familiares. Obviamente, no mesmo post ou num posterior, deveria escrever, sobre o mesmo tema, mas desta vez em relação aos amigos que queríamos aqui. Resolvi, então, pedir licença à Mi e escrever um post sobre quatro pessoas.

São amigos que nós conhecemos muito pouco, e há muito pouco tempo. Infelizmente. Felizmente, temos certeza de que os conheceremos muito mais, apesar da distância, que, claro está, não durará para sempre. Futuramente escreveremos sobre família e amigos próximos. Mas, não sei por que, quero escrever sobre esses quatro. Vamos a eles.

Eu conheci o Filipe (Camargo, do Quatro Fatos) há muito tempo, mas só de vista mesmo. Nos tempos em que eu, Gustavo Missola e muita gente boa se reuniu para tentar dar um up na vida musical de Campinas. Creio que trocamos um 'oi' num evento ou outro, mas não saiu disso. Já em 2010, algum tempo antes de sair de Campinas para Barcelona, recebi uma visita da Taïs (Reganelli, da Taïs Reganelli mesmo), e ela estava acompanhada. Com ela estava Naiane (Beck, ou Naiara para os íntimos - Já já falarei dela). A partir de então, em todos os shows, eventos, encontros etc. nos quais ia, encontrava a Naiane. Um dia fui apresentado ao seu namorado. Justamente o Filipe. Conversamos bastante, mas não o quanto gostaria, apenas o suficiente para perceber que ele é um cara bom, como há muito tempo não via. Ele é da raça do Henrique (Torres), uma tribo em extinção. Sempre sorrindo, de bom humor, amigo, interessado, conversa tranquila, daqueles que dá pra levar um papo por horas. E ele preparou uma surpresa para a Naiane. Gravou, em vídeo, vários depoimentos - e gracinhas - de amigos, para passar a produção posteriormente, durante a festa de aniversário da namorada. Eu vi esse vídeo ontem. Dá pra ver que esse cara, através da transparência aparente no vídeo - ele cantou uma canção de amor para ela - é, decididamente, um cara bom. Espero retomar uma amizade com ele, antes mesmo da nossa volta.

Já que falei de Filipe, tenho que falar de Naiane. Mas não por obrigação, e sim porque ela não deve ser apenas uma personagem que apareceu no parágrafo acima. Ela merece um parágrafo só pra ela. Naiane apareceu na vida da Taïs, minha irmãzinha e amada intérprete, para botar ordem na casa. Ela tem um cinto de utilidades, igual do Batman, mas muito mais fashion. Lá tem celular, rádio, fita crepe, dinheiro, lenços de papel, microfone reserva, água mineral, miniventilador, bic azul e vermelha, pilot, chave do carro, chave da casa, chave de fenda... Enfim, tudo que uma produtora competente e atenciosa precisa para dar conta do recado. Ela é uma mulher linda, também só sorrisos, bem humorada, uma pessoa incrível. Parece que ela caiu do céu - Taïs que o diga! A felicidade dela é tátil e faz bem pra gente. Deve ser por isso que a gente quer sempre ficar pertinho dela.

Também, por conta desse mundo da música, que vivi intensamente nos meus últimos 2 meses no Brasil, conheci a Monika (Mendonça). Essa tatuada ganha qualquer coração, com suas histórias e experiência de vida. Verdadeiramente, conversamos muito pouco. Aliás, com tanta história assim, o negócio é ficar quieto e ouvir tudo o que ela conta! Mas, falando sério, a Monika é aquela pessoa que está sempre interessada em ajudar, cooperar, participar. Ela está sempre em ação, com sua(s) câmera(s) fotográfica(s) a postos, para sacar fotos e filmar vídeos que, mais tarde, servem de referência e registro. Graças a ela, momentos incríveis vividos pelos músicos que ela acompanha - inclusive eu - ficam registrados para sempre. E isso não tem preço. A Monika é o altruísmo personificado. Sei que tenho muito o que aprender com ela, não só em relação à música, mas na vida de modo geral.

Esta última pessoa é, realmente especial. E tem um caso interessante. Pessoalmente, eu já falei com ela duas vezes. Ela já falou comigo, pessoalmente, três vezes. Isso mesmo! Na verdade, a primeira vez que nos conhecemos, eu não era eu. Era o primeiro dia do festival de Rio Claro. A Josi (Guedes) foi até lá - ela é de São Paulo - para acompanhar Diego (Moraes), que cantaria minha música 'Uma flor' ao lado de Taïs, Henrique e Jefferson (Scherrer, na flauta). Ela, que nunca havia me visto, cumprimentou o percussionista Du Puzzilli como se ele fosse eu. Após o mal entendido ter sido esclarecido, e no dia seguinte, finalmente nos conhecemos. Já havíamos conversado via twitter e através do seu blog. Ela mantém um blog com material completo e atualizado acerca da carreira de Diego. Eu, como sou fã dele também, sempre acompanhava as notícias e acontecimentos que Josi postava em seu blog. Para mim, o blog da Josi é o site oficial do Diego. Conversamos um pouco no segundo dia do festival, e mais um tanto no pocket do Diego em Campinas, na Fnac. Ela mostrou ser, assim como a Monika, uma pessoa altruísta, assim como Filipe, uma pessoa boa, e assim como Naiane, uma pessoa feliz. Ela se desdobra para acompanhar os shows do Diego, assim como muita gente que, aqui neste texto, estão representados por ela. Assim, não cometo o pecado de esquecer ninguém. Ainda quero ter o prazer da companhia da Josi nessas muitas plateias que ainda dividiremos pela vida.

É isso. Essas são as quatro pessoas que a música me trouxe, durante os dois meses (incríveis e intensos meses) que antecederam minha viagem. Tenho pensado muito em vocês também, e é para vocês o post de hoje.

É isso então. Família e amigos de longa data, sem ciúmes! Em breve, daremos toda atenção devida a cada um de vocês.

Estamos bem. Amamos muito todos.

Beijo

Nando (e Mi, sonhando, provavelmente, comigo. Há!)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

BarceloNando I (20/10/10)

Hoje, algumas curiosidades desta cidade plural. Neste post, falarei da parte econômica da coisa. Separei as observações com as letras T (ponto de vista do turista) e M (ponto de vista do morador), pois já atuei aqui como ambos. Vamos lá.

Alimentação - restaurantes, tapas (petiscos), etc
T - Barato. Para quem passa um tempo apenas aqui, as opções são ótimos e baratas. Nas Ramblas, com 10 euros você pede o menu do dia e come por três. Prato de entrada, prato principal e sobremesa. Dependendo do lugar, pode incluir bebida, café e outros regalos.
M - Caro. É mais barato comprar e fazer em casa. Mais barato ainda é comprar comida pronta, pré-cozida ou desidratada.

Compras - lojas em geral e de lembranças
T - Caro. Principalmente porque em todos as rotas turísticas são conhecidas e atoladas de lojas que vendem produtos ruins e baratos. Mas, por serem ruins, deixam de ser baratos.
M - Barato. Quem mora aqui sabe onde ir. São pontas de estoque e esquinas escondidas que apenas os moradores conhecem. Inclusive, no mercado da Boqueria, após as 14h tudo fica mais caro, pois é a hora da turistagem. Portanto, antes desse horário, os preços são bem atrativos.

Visitas - museus, igrejas e ruínas
T - Barato. Aqui, além da entrada, tudo se paga. Inclusive, na linda Catedral de Barcelona, cuja visita é gratuita, paga-se o acesso do elevador ao terraço da igreja. Portanto, muitas vezes paga-se a entrada do lugar e mais um adicional de serviço. Mas são 2,50 ou 3 euros no máximo, e o turista geralmente não reclama.
M - Caro. Exatamente porque, ao contrário dos turistas, os moradores podem frequentar vários lugares mais de uma vez. É certo que a cada primeiro domingo, quase todos os museus são gratuitos - ao menos a entrada -, mas aparecem as filas, que aqui tem em cada esquina, e só sendo turista pra enfrentar tudo com humor.

Se alguém quiser fazer perguntas, tirar dúvidas, é só escrever que a gente discute aqui e postaremos em seguida.

Amanhã será um lindo dia. Amamos vocês!

Nando e Mi (abraçada comigo!)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Errar és humà (19/10/10)

Hoje a história é (mais ou menos) curta.

Antes de ir à Oficina de Extrangeiros pedir minha tarjeta de familiar blá blá blá, precisava fazer uma cita previa. Todo o processo é automático e online, através de site que nos foi informado. Durante todas as etapas do agendamento, aparecia uma observação importante. Guarde bem o dia e a hora de sua cita. Guarde bem, dia e hora. Dia e hora. Dia. Hora. Vale, foi o que fiz. Pedi inclusive a confirmação via e-mail, e no papel que recebi ontem com o mapa do local para onde deveria ir escrevi aquilo que não poderia esquecer. Dia e hora. Dia e hora. O dia, dezenove. A hora, dez para as dez.

Hoje levantamos bem cedo e fomos. Metro, L1, Navas. Saímos do metro. Eu, como ainda não sei direito a pronúncia das ruas daqui, substituo as palavras por objetos ou pessoas ou seja lá o que for em português. Portanto, havia decorado. Sai do metro da Nave, segue na rua Paciência (Palència), desce a primeira à direita, na Biscate (Biscaia) e vira a primeira à esquerda, na Mércia (Múrcia), número 46. Bem, não importa o número, porque é só ir onde tem fila.

Lá chegamos, entrei triunfante, dizendo 'Tenho cita previa, tenho cita previa', e, assim, não peguei a fila que se estendia na calçada. Ao entrar, percebi que havia de enfrentar, sim, outra fila. Porque peguei o número L0149, e estavam atendendo o L0032. Portanto, cita previa uma ova! De qualquer forma, enfrentamos o bicho. Das 9h20 às 9h55, vimos os números voando na tela. Eram mais de 60 mesas atendendo aquele mundaréu de gente. Fomos chamados e fomos, até a mesa 46,

Uma mulher de óculos fundos, loira, cabelo tigela, nos atendeu. Disse minha solicitação. Ela perguntou se tínhamos cita previa. Disse que sim e mostrei-lhe o número do processo, além do passaporte para conferência do nome. 'Pronto - pensei -, agora consegui. Finalmente consegui. Viemos ao lugar certo, trouxe os documentos certos, agora basta'... 'Senhor...' - disse ela. E eu, já meio broxa, forcei o sorriso e disse um pois não entre dentes cerrados. Ela não estava achando minha cita no sistema. 'Ô minha senhora, olha bem aí que eu me lembro bem, marquei até no papel. Dia e hora, dia e hora. Dia 19 - Mi, hoje é dezenove, né? -, 9h50 da manhã!' Ela foi à mesa ao lado, pediu para a amiga acessar o sistema. Comecei a suar frio. O que poderia ter acontecido. Cadê minha cita? Cadê? Foi quando veio a revelação...

A outra atendente disse para a colega, e eu ouvi. Li nos lábios da moça. A boca, primeiro, fez biquinho. 'On'. Depois, entreabriu a boca sem mostrar os dentes. 'Ce'. Merda... Olhei tanto o dia, tanto a hora... E não vi a porcaria do mês. Mês onze. Novembro!!! Minha cita é para dia 19 de novembro, às 9h50 do décimo nono dia de novembro! Minha cara caiu, senti que era a pessoa mais estúpida do mundo. Ao menos, dentro daquela sala, que, no ato, representava o mundo.

Triste, triste. Mas, em catalão, errar és humà. Mesmo assim, ainda estou me sentindo como um humà bem cabeçón.

De qualquer forma, aproveitamos a viagem e voltamos à famosa rua Balmes, onde a famosa Mi tirou o famoso NIE. Eu não havia comentado com vocês, mas o NIE dela saiu como Marela. Marela Cristina Guizzo. Para não entrar em detalhes sobre toda a novela que se seguiu, vou narrar como jogo de futebol televisionado.

Cheamos. Falamos com o guarda. Ele mandou entrar na fila (ah vá, é mesmo?). Esperamos. Esperamos. Entramos. Falamos com a recepcionista - que, por sinal, estava afônica. Quem, em sã consciência, colocaria uma afônica para atender um monte de gente extrangeira? - sobre o erro, e ela perguntou por que não vimos o erro no dia. Fiquei puto. A Mi ficou puta. Pegamos a senha da afônica, enquanto ela dizia que teríamos que trazer todos os documentos de novo, e blá blá blá. Sentamos. Choramos um pouquinho (por dentro). Rimos (por fora). Aguardamos. A Mi ameaçou brigar com o cara se ele falasse algo. Criamos um plano. Ela foi chamada. Fui para porta para, na necessidade, segurar o guarda quando fosse chamado para tirar a italiana maluca que pulava na mesa de atendimento. A Mi apareceu do meu lado. Disse que o cara pegou o papel, pediu o passaporte, disse 'Ahn', acessou o sistema, mudou de A para I, imprimiu novo papel e pronto. Fim do ato.

Aí, voltamos para casa para lamentar um pouco e comemorar outro tanto.

Ai ai. Amanhã, mais papelada, mais currículos, mais histórias.

Estamos bem e amamos muito vocês.

Besos

Nando gripadaço (e Mi no décimo quinto sono.)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Caminar és bo per a la salut (18/10/10)

Caímos da cama. Estava frio e escuro. Fomos corajosos e enfrentamos o baque. Afinal de contas, agora sabemos o local certo para tirar minha documentação. Então, água no rosto e simbora. Andamos até a praça onde está a entrada no metro Jaume I, e lá encontramos nosso amigo, o sol. O sol daqui é quente, mas não esquenta. Ao menos não neste outono.

Descemos na Joanic, andamos até o Passeig de Sant Joan, e vimos nossa outra grande amiga. A fila. A filava dobrava a esquina. Todas as nacionalidades ali estavam. Fomos até o fim da linha, e aguardamos. O bom é que, quase sempre, o sol estava presente, e vinha, também frequentemente, acompanhado de um vento frio cortante.

Andamos alguns metros. Decidi investigar se realmente aquela fila era a nossa fila. Já demos com a cara no muro tantas vezes que é melhor passar vergonha no portunhol a passar horas na fila errada. Andei até o ponto inicial, onde era feita a triagem por um guarda. Ah, outro guarda... A triagem era simples. Os funcionários da Oficina de Extrangeiros (também guardas) faziam um 'positivo' com a cabeça. O primeiro guarda, que ficava justamente no começo da fila, apontava o funcionário livre e mandava o extrangeiro. Essa era a triagem. Muito educadamente, caprichei no castelhano e perguntei a esse primeiro guarda se essa era a fila para quem gostaria de solicitar uma 'Tarjeta de familiar no comunitario de ciudadano de la Unión'. Ele, muito educadamente (não), disse que não fazia ideia, e que a fila era justamente para que as pessoas tirassem suas dúvidas. Uma fila de informação. Ói que bacana! Voltei feliz da vida e contei para a Mi a novidade. Ficamos felizes e, juntos, cantamos uma bela canção.

De qualquer forma, seguimos dando passinhos, dobramos a esquina, nos abraçamos quando o vento apertou, nos abanamos quando o maldito sol nos fervia. Marchamos das 9h50 as 11h38, quando fomos encaminhados para o funcionário da esquerda. Este, longo, comprido e narigudo, nos foi bastante atencioso. Ao fazermos nossa indagação, ele fez careta, puxou da memória, se inclinou, puxou uma folha de papel e nos disse que ali estava o endereço correto para nosso caso. Mas que deveríamos fazer uma 'cita previa' (agendamento) através do site tal. E precisamente as 11h40, deixamos o local.

Aliás, já ia me esquecendo. Um pouco antes de sermos atendidos, vi uma discussão entre o guarda da triagem e o próximo da fila. Ao lado do extrangeiro havia uma mulher, que empurrava o carrinho do filho pequeno e puxava pela mão o filho maior, que devia ter seus 6 ou 7 anos. O bebê parecia ter poucos meses. O guarda e o cidadão - cidadão não, o extrangeiro - começaram a bater boca, e sempre que a mulher se metia no meio, o guarda dizia que estava falando com o homem, e não com ela.

Aparentemente a história foi a seguinte. Essa mulher chegou armada dos filhos e encostou no cara que estava na fila. Começou a conversar, e papo vai, e papo vem, e coisa e tal. O guarda da triagem pediu para que todos fossem mais à direita, para não atrapalhar os transeuntes. O tal sujeito perguntou se a mulher podia ficar onde ela estava, mais à esquerda, por conta do carrinho do bebê. O guarda respondeu que ela não estava na fila. Aí começou o bate-boca. Na verdade, o extrangeiro entrou de gaiato nessa, pois ele deixou a mulher passar na frente dele. Afinal de contas, as crianças... Já o guarda disse que ela não devia pedir para ele, e sim para todo mundo da fila, pois ela estaria passando na frente de todos que ali estavam, parados, sob frio e sol, mais frio que sol, havia horas e horas, e ela estava lá há cerca de 5 minutos.

Não vou argumentar quem estava certo ou não. Acredito que ambos parecem ter razões válidas e motivos óbvios, e realmente me pareceu que aquela não era a primeira vez que a mulher e aquele guarda discutiam. De qualquer forma, e sem criar nenhuma polêmica, quis deixar a experiência registrada. Nós tentamos, ao máximo, contar histórias divertidas e interessantes, e mesmo quando são trágicas, dramatizamos um pouco a situação para fins de entretenimento. Mas neste caso, não houve nenhuma tentativa de desvio da informação. Escrevi o que vi, ipsis litteris.

Bom, voltando. Até que não foi um dia perdido. Chegamos em casa e fiz a 'cita previa', que indicava exatamente o local informado pelo guarda. Dia 19 de outubro, 9h50 em ponto. Portanto, não percam amanhã, neste mesmo bat-blog, o último (?) episódio da série "O documento!"

Decidimos, então, fazer compras. Calma, calma, compras de supermercado. Comida, bebida, essas coisas sem as quais fica difícil levantar toda manhã. E às compras nós fomos. E por hoje, é só, pessoal!

Estamos bem, e amamos vocês.

Besos

Nando (e Mi, num banho quentinho.)


domingo, 17 de outubro de 2010

Domingo é dia do que? (17/10/10)

Domingo é dia de passeio. Domingo é dia de relax. Domingo é dia de macarronada da Mama. Mas, como a Mama tá longe, passeamos e relaxamos. Dentro do apartamento estava bastante frio, e vimos que, lá fora, o sol brilhava bastante. Não resistimos e fomos, após o almoço, ao Parc de la Ciutadella novamente.

Este Parc fica aqui perto de casa. Andamos até lá, eu com o livro Saramago - Biografia, de João Marques Lopes, presente de despedida do casal sensacional Roberta e André, nossos madrinhos de casamento. Entramos pelo portão principal, e encontramos um Parc lotado de gente que teve a mesma ideia que a gente. Procuramos um local vago no gramado verde e nos sentamos. Aproveitei para tirar uma foto da cena.

Havia todo tipo de gente lá. Jovens conversando, idosos passeando, crianças tropeçando, maconheiros apertando, hippies yogando, estudantes estudando, turistas fotografando, artistas circenses (amadores) treinando e paqs vendendo ilegalmente cerveja e água. Os circenses eram uma atração à parte, alguns andando na corda bamba, outros equilibrando malabares, e um, lá no fundo, estalando dois chicotes vermelhos.

Como algumas moscas invadiram nosso lugar ao sol, decidimos seguir mais para o centro do passeio, até um dos muitos bancos de madeira disponíveis. Lá sentamos e eu pus-me a ler, enquanto a Mi observava pessoas e acontecimentos.

Foi desse local que ela fez uma panorâmica bacana do passeio do Parc. Lindo, não?


Deste sítio vimos também uma roda de boleiros, brincando de controlar a bola, à nossa direita. Ruins pacas, mas pareciam se divertir bastante. Inclusive, num determinado momento, a bola sobrou para o lado onde estávamos, e uma senhora, acho que russa, veio cheia de energia e acertou a pelota com o gambito direito. Ela pegou de três dedos, a bola fez a curva invertida e quase acerta a testa deste que vos escreve.

Mas, segue o jogo. Li boa parte do livro. Algum tempo depois, decidimos continuar andando um pouco por ali, antes de voltarmos para casa. O vento da tarde havia aumentado, e estragava um pouco da quentura do sol. Além disso, precisamos comprar pão.

Seguimos até o fim do passeio, onde está o zoológico do Parc. Lá, enquanto a Mi procurava outro banco para se sentar e tirar o tênis e procurar a maldita formiga que a picara, resolvi tirar outra foto, mostrando todo o passeio do Parc a partir do lado oposto da entrada, e que mostra, ao fundo, nosso Arco do Triunfo. Uma visão linda.

Enquanto andávamos em direção da entrada do Parc, vimos um figura fazendo bolas de sabão gigantes, para a alegria da garotada e, claro, dos pais da garotada. Ele fazia as bolas a partir de um aparato bastante interessante. São duas ripas de madeira, ligadas entre si por duas partes de barbantes, sendo que um dos pedaços é menor que o outro, o que dá maior controle para o artista (?) trabalhar, enquanto quem sopra a bola é o próprio vento, item que não falta em Barcelona.

Tem certas coisas que não dependem da língua, religião ou cultura para encantar. E prestem atenção à japonesinha de rosa, no fundo da ação. Tive que segurar a Mi para que ela não a raptasse.


E foi isso. Estamos bem. Amamos vocês.

Amanhã é dia de correr atrás da minha documentação e distribuição de cvs por aí. Torçam pela gente!

Beijos

Nando (e Mi assistindo Guarani x Corinthians, ao meu lado, e torcendo contra o Timão. Vai entender!)