Ah, segunda-feira... Foi como nosso real começo aqui em Barcelona. Quarto arrumado, energia recarregada: vamos com tudo! Fomos logo cedo - nosso cedo significa 'quando nos levantamos', por conta do fuso - aos consulados Italiano e Brasileiro. Pegamos novamente nossa velha amiga linha amarela, e descemos perto da rua Mallorca. Aliás, na região de L´Eixample, as ruas são largas e os quarteirões, intermináveis. Fomos em direção ao Consulado Italiano. Chegando lá, falamos com um guardinha muito simpático. A Mi, em italiano, explicou nossa presença. O guarda fez uma pergunta. A Mi falou novamente a frase em italiano. O guarda parou, apoiou a caneta no queixo e mandou: 'Brasileiros?' Rimos muito, principalmente porque Mi disse 'Brasileira, parlando italiano e morando na Espanha!' Tenho certeza de que os pais da Mi, conhecidos também como meus sogros, sentiriam muito orgulho ao ver a filha falando Italiano. É a coisa mais linda! Então, depois de pegarmos todos os passos a seguir com o guarda, seguimos para a Avenida Diagonal, buscar o Consulado Brasileiro.
Lembra que eu disse que as ruas do L´Eixample são largas? Então imaginem a avenida! São cerca de 6 sinais de trânsito para um pedestre atravessar toda a extensão da avenida, pois existem as vias marginais, vias marginais para bicicletas, via principal, depois via principal novamente, depois via marginal novamente. E como as esquinas estão em diagonal com a avenida, temos também mais dois sinais de acesso de carros para as marginais da... Putz, me perdi. Mas o importante é que nos encontramos,e encontramos o Consulado. Essa sim é uma história cômica e trágica.
Logo em frente ao prédio, 5 ou 6 brasileiros panfletavam. Perguntaram se estávamos indo ao consulado. Já que a Mi tem cara de francesa (eu acho!) e eu tenho cara de terrorista árabe (todo mundo acha!), dissemos 'No, no, no', e escapamos. Subimos ao segundo andar, e o bafo que sentimos quando as portas do elevador se abriram indicava falha no ar condicionado. Entramos na sala, e quem está lá na tv? Ana Maria Brega e seu Periquito. Muita gente sentada, se abanando. Logo na entrada, uma placa gigantesca, do tamanho da mais alta torre da Sagrada Família, dizia: atendimento eletrônico. Retire sua senha e aguarde SENTADO seu número no painel. A palavra SENTADO estava em maiúsculas, assim mesmo. Fomos até o guichezinho retirar nosso número - número 80 - e, qual não foi minha surpresa ao ver uma patcha fila em frente à mesa da recepção. Então, funcionava assim. A pessoa ia lá, pegava a senha e... ficava na fila!? Mas como assim? Tinha mulher grávida, gente com filho pequeno, todo mundo na fila, esperando, se abanando. E logo ao lado, um monte de cadeiras vazias. Eu e Mi sentamos, bonitinhos, esperando nossa vez. Aí ouvimos um bip e o número mudava no painel. 72. E a próxima pessoa da fila se apresentava. E eu dizia 'Mi, vai dar merda isso, porque eu tirei minha senha e sentamos aqui, e o cara que tirou a senha seguinte está na fila...' E ouvimos outro bip. 73. Bip. 74. Bip. 75. E assim ia. E olhávamos toda aquela gente, e imaginávamos histórias. Bip. 76. Uma mulher com roupas apertadas, como se tivesse saído da máquina de secar. Bip. 77. Uma senhora que falava castelhano com seu filho pequeno, que estava só de fraldas - o filho, não a senhora. Bip. 78. O guardinha que postava um sorriso fixo, desses de quem está com a cabeça longe do trabalho (Bip.79) provavelmente numa praia. Quando percebemos que o número 79 havia sido atendido, ficamos de prontidão. Bip. 80. Dito e feito! O cara que chegou depois da gente se apresentou, dizendo 'Minha senha é a 81'. Eu, feito o Piriquito da Ana Maria, pousei no ombro do companheiro e disse 'Mas a minha senha É a 80.' Há! Fomos atendidos e saímos satisfeitos. Mas tristes com o retrato do brasil numa sala apertada de 10m²...
Descemos a Rambla de Catalunya, uma espécie de calçadão onde estão as lojas de marca e os cafés e atrações para turistas. Tudo muito lindo, um sol quente... Mas o dia estava começando apenas. Era hora do almoço. Nos esforçamos um pouco e fomos comprar nosso celular. Um celular espanhol! Pré-pago, claro. Da Vodafone, correspondente à Claro no Brasil. O número do celular tem 9 dígitos, muito difícil de lembrar. Depois disso fomos almoçar.
Mais tarde, após falarmos com a família pela internet - sim! a Telefônica instalou telefone e internet na manhã de segunda. Não estamos mais ilhados! -,fomos ao Carrefour, que fica num centro comercial de Glòries. Lojas incríveis, inclusive uma loja da Disney! C&A, Zara, Starbucks, etc etc. O Carrefour é gigantesco, e bastante diferente do brasileiro. Compramos muita coisa, cerca de 39 itens. A conta? 41 euros. É, pois é...
Voltamos de TRAM, uma mistura de ônibus com metrô com bondinho elétrico. O bom é que não é subterrâneo, então a gente vê bastante da paisagem de Barcelona, inclusive a silhueta da Sagrada Família durante o pôr do sol, que aqui, no outono\inverno acontece entre 7h30 e 8h da noite. Chegamos, descemos, andamos por toda entrada do Parc de la Ciutadella, e logo logo estamos em casa.
Chegamos, preparamos o jantar, recebemos a notícia de Henrique sobre o prédio ao lado, número 28. Foi moradia de Picasso. Bacana, não? Ajudamos a pintar mais um quarto, cansamos e dormimos. E esta foi nossa primeira segunda-feira - ou lunes - em Barcelona.
Estamos bem. Amamos vocês. Continuem comentando que adoramos! Se não der pra comentar no blog, comentem no Facebook que, pra gente, também vale.
Beijos
Nando (e Mi lendo o guia e sonhando com passeios e compras)
Visualisei a Mi sentadinha esperando com as mãozinhas entre as pernas, olhando pros lados e vendo os olhares dos em volta que estavam pensando: *que faz essa menina linda ao lado desse terrorista enormeeeeeeeeeee** rrssrsr, beijus aos dois queridos,
ResponderExcluiré engraçado né, euzinha aqui todo dia esperando noticias de quem`s amo tanto e convivi tão pouco... a vida é assim!!!