sábado, 9 de outubro de 2010

Baque (09/10/10)

Desde que cá estamos, eu insisto pra Mi. Vamos lá, chuchu... E ela me acalma. Ainda não, temos muito o que fazer. Desde que cá chegamos, eu indago pra Mi. Quando iremos lá, chuchu? E ela segura as pontas. Ainda não. Tudo a seu tempo. Pois o tempo chegou. Ontem combinamos. Vamos à Sagrada Família.

O dinheiro está contado, já que ainda não encontramos um trabalho. Portanto, todo cuidado é pouco. Nossos planos consistiam em ver a Igreja de perto, e só. Nada de tour, lembranças, etc. Bastavam algumas fotos e uma bela olhada na paisagem. Combinados? Combinados. Vale (fala-se 'balê', é como um 'ok' daqui).

Pegamos a L1 no Arco do Triunfo e seguimos até a estação Clot, onde baldeamos para a L2 até a estação da Sagrada Família. Nada me prepararia para o baque que tive ao subir a escada rolante do metro. Fiquei tão maravilhado que desci novamente as escadas e filmei nossa impressão. Não sei se é possível sentir a emoção - claro, não a mesma -, mas eu sugiro que o vídeo seja visto em tela cheia. Se você não fizer isso, por não saber ou não querer, ao menos aproxime bem seu rosto da sua tela, num zoom humano (?). Aí vai:


E então, o que acharam? A Mi ficou extasiada. Disse, inclusive, que foi uma das maiores emoções de sua vida. Perde apenas para o seu encontro comigo, claro. Diante de tamanha beleza, não resistimos. Resolvemos comprar dois ingressos simples para visitação, e lá fomos nós para a fila da entrada. Na nossa frente, 2 brasileiras devorando lanches do McDonalds. Atrás de nós, um grupo de 4 ou 5 jovens, também brasileiros. As vezes é bom ouvir alguém falando e entender o conteúdo da conversa. As vezes, não.

Pagamos, com dor nos nossos bolsos, 12 euros por cabeça. Notas novinhas, cheirando ainda a tinta, foram para a mulher atrás do vidro escuro. Em retorno, um papelzinho impresso e uma moedinha de 1 euro. Ai, dá pra fazer a compra do mês com essa quantia. Mas vive-se apenas uma vez, então começamos a aproveitar o passeio. Entramos pela porta principal, nas torres mais novas. O lugar é lindo, mas continua em obras.

O projeto é grande, de Gaudí, que morreu atropelado por um bonde em 1926. Ainda bem, porque 10 anos depois, em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, ele teria morrido de desgosto! Uma multidão incontrolável invadiu as obras da Sagrada Família e destruiu muita coisa, inclusive o workshop desse arquiteto, hoje tão querido e respeitado em Barcelona. O corpo do artista jaz numa cripta dentro da própria igreja.

Algo que me impressionou muito na parte interna, além do museu, bastante detalhado, foram os vitrais. A câmera captou bem a beleza de um. Lindo, não?

Outra coisa interessante. Vimos como Gaudí planejou as 20 torres da Sagrada Família, utilizando arames e saquinhos com areia. Ele pendurava estes saquinhos, amarrava os arames e ia desenvolvendo a estrutura arquitetônica da obra. Vejam a foto abaixo. Este maquete foi montada para exemplificar o método inovador de Gaudí. Se olharmos a imagem de ponta-cabeça, veremos a silhueta perfeita da igreja finalizada.

Infelizmente, para subir nas torres, é preciso pagar 2,50 euros por pessoa. Pega-se um elevadorzinho e... o resto não faço ideia. Só vi que é praxe tirar fotos de cima para baixo ou de baixo para cima nas escadas estreitas em caracol, quando é hora de descer novamente. Ficará para uma outra oportunidade, porque esses 5 euros pesaram bastante ao decidirmos deixar a subida para lá. Mas não só pela grana. A fila de espera estava na marca dos 90 minutos. Então aproveitamos a vista, aproveitamos muito o museu e aproveitamos, claro, para dar umas beijocas.

Apesar da obra arquitetônica ser de Gaudí, diversos artistas trabalharam e ainda trabalham para dar forma às mais incríveis esculturas. Imagens religiosas, obviamente, mas nada óbvias. Olha o burrico, que bonitinho, do lado direito!

Mais uma da Mi. Essa não foi esculpida, mas também é uma obra de arte! Ô maravilha!

Ainda passamos 'no lôjinha', mas era tudo muito caro. Depois, almoçamos, e fomos embora. Mas ainda era cedo para voltarmos para casa. Então, descemos no Jaume I e fomos na direção do mar, ao encontro de um bar que achamos ontem na internet. Chama-se 'Cantinho Brasileiro'. A história da dona desse bar é incrível. Aos que se interessarem, leiam a entrevista da Dona Angela.

O bar é isso mesmo. Minúsculo, mas acolhedor. Fomos recebidos com um 'Oi, tudo bem?' bem brasileiro. Bebemos uma Coca, visitamos o restaurante nos fundos da casa e prometemos voltar qualquer dia para experimentar a feijoada, servida diariamente ao preço de 18 euros (serve dois). E voltaremos!

Seguimos, agora sim, para casa, e a pé, pois o Cantinho Brasileiro é pertinho de nosso prédio. E o mais mágico em Barcelona é que você está andando por avenidas largas, calçadões repletos de turistas, e decide virar à esquerda, numa ruela deserta, e, de repente, é isso que você vislumbra.

Passeamos um pouco mais pelo El Born, bairro vizinho ao nosso, só para observar as pessoas, muitas recém chegadas para 'turistar', ainda perdidas em mapas e línguas. E, claro, adorando tudo isso.

Estamos bem. A luta continua, mas somos fortes. Mas a Mi é mais. Fisicamente falando!

Amamos vocês. Beijos!

Nando (e Mi dormindo e acordando pra reclamar do 'tictic' do teclado)

4 comentários:

  1. Amei...........adorei tudo !!!!
    muitos beijos

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  2. Mi e Nando... Delicia ter noticias de vcs... Que texto gostoso Nando!!! Sabe que vc poderia ser compositor??? rsrsrs
    Mi, amei o cabelo novo!!!!!!! Ja ta com cara de Europeia!!! rs
    bjos, amamos vcs!!!!

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  3. Mi, ta uma gata, Nando adorei o texto, e aguardo as novas canções... bjus

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  4. Você sabia que Gaudì em princípio foi enterrado como indigente?

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